Agrado a gregos a troianos em Ano Eleitoral: A Política Cultural de Eduardo Paes Entre Madonna e a Marcha para Jesus

Do circo a fé, só falta o pão, Paes libera R$ 1 .500.000,00 ( um milhão e quinhentos mil) COMERJ fazer a ‘Marcha para Jesus’

Agrado a gregos a troianos em Ano Eleitoral: A Política Cultural de Eduardo Paes Entre Madonna e a Marcha para Jesus

Em tempos de polarização e debates acalorados, a política cultural do Rio de Janeiro, sob a gestão do prefeito Eduardo Paes, parece abraçar tanto a cultura pop internacional quanto as manifestações de fé, numa tentativa de agradar a gregos e troianos. Neste ano eleitoral, a cidade maravilhosa se torna palco de eventos que refletem a diversidade de seus habitantes e os múltiplos interesses que coexistem em seu território.

Recentemente, veio a público que o prefeito Eduardo Paes (PSD) aprovou um patrocínio de R$ 10 milhões para o show da rainha do pop, Madonna, um evento que agitou as estruturas da cidade com o brilho e a ousadia característicos da estrela internacional. Paralelamente, em uma jogada que demonstra a amplitude de sua política cultural, Paes também destinou R$ 1,5 milhão para a Marcha para Jesus, um evento que, desde 2012, recebe mais que o show da Madonna, totalizando um aporte de R$ 10,3 milhões ao longo dos anos.

A vereadora Teresa Bergher (PSDB) aponta um aumento de 50% no patrocínio à Marcha para Jesus em relação ao ano anterior, um dado que suscita reflexões sobre as prioridades e estratégias políticas em um ano marcado pela disputa eleitoral.

A decisão de apoiar eventos tão distintos reflete uma tentativa de dialogar com diferentes segmentos da sociedade, numa época em que a cultura e a fé se tornam, mais do que nunca, arenas de expressão política e social.

Neste cenário, a gestão de Eduardo Paes se destaca por sua habilidade em navegar pelas águas turbulentas da política cultural, buscando equilibrar interesses diversos em um momento de intensa polarização. Como disse o filósofo grego Heráclito, "a harmonia invisível é melhor do que a visível", e talvez seja esse o lema que guia as escolhas culturais do prefeito, numa tentativa de unir a cidade através da diversidade de suas expressões.

A cidade do Rio de Janeiro, com sua história de acolhimento e celebração da diversidade, se vê mais uma vez no centro de debates que transcendem o âmbito cultural, refletindo questões mais amplas sobre identidade, fé e política. Como bem lembrou Madonna em uma de suas visitas ao Brasil, "a música faz as pessoas se unirem". Talvez, em tempos de divisão, a cultura seja o caminho para encontrar pontos de conexão entre os cariocas, independentemente de suas crenças ou preferências musicais.

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Por Jornal da República em 09/05/2024
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