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É reforçada pela propaganda de medicamentos e por outras atitudes, que encontram respaldo em inúmeras justificativas ou motivações para a prática da automedicação, definitivamente equivocadas; tais como:
- Uso de medicamentos ilegais;
- Uso ilegal de associações medicamentosas que põe em risco a saúde;
- Argumentos de que os médicos não sabem nada;
- Que a pessoa já sabe qual medicamento que o médico vai prescrever;
- Que os amigos ou atendentes de farmácia atendem melhor o indivíduo do que o médico;
- Dificuldade de acesso aos médicos;
- Dificuldade de liberação do empregado pelo empregador para ir ao médico;
- E a ideia perigosa de que as pessoas em geral sabem identificar e tratar as doenças. “De médico e de louco todo mundo tem um pouco”.
Em tempos de acesso irrestrito à informação; condição garantida pelo acesso à rede mundial de computadores, a internet, há que se entender a necessidade de saber questionar. Por quê? Esta é a chave que abre as portas e descobre o véu que limita o indivíduo e oferece a condição de “enxergar com seus próprios olhos” sob sua ótica pessoal, que irá condicionar o desenvolvimento de habilidades críticas e capacitaria minimamente o indivíduo que deste modo se dispõe.
Há que se atentar ao fato cada vez mais frequente e, assimilado por muitos como natural, que é a distorção de fatos, conceitos e definições de termos e temas.
Lord Bertrand Russel certa vez citou:
- Quando você estiver estudando um assunto ou considerando alguma filosofia, pergunte a si mesmo, somente. Quais são os fatos? E qual é a verdade que os fatos revelam? Nunca se deixe divergir pelo que você gostaria de acreditar, ou pelo que você acha que traria benefícios às crenças sociais se fosse acreditado. Olhe apenas e somente para quais são os fatos.
A doença se instala através de processos bioquímicos diversos e é compreendida pela fisiopatologia com manifestações clínicas; sinais e sintomas, investigados pela propedêutica e semiótica médica e em havendo necessidade de complementar esta investigação, lançar mão de exames complementares, afim de diagnosticar a entidade nosológica e deliberar uma conduta médica direcionada.
Nas doenças e seus tratamentos também se encontra muitos “especialistas” que não possuem formação médica que lhes habilite para tal fim e tampouco um olhar minimamente responsável e atento aos efeitos nefastos que envolvem a defesa desses conceitos, que é muitas vezes extremamente convicta por parte destes indivíduos.
A automedicação deveria, em um processo evolutivo, restar apenas como opção consciente dos danos e desfechos desfavoráveis deste ato, há quem teve acesso ao ensino médico e mesmo assim não aceita os conceitos científicos.
Como mudar o contexto da automedicação?
Através de diversas medidas. Uma delas seria através da educação, pelo ensino formal.
Com educação e acesso à saúde, provavelmente não irá acabar a automedicação nas suas diversas formas, as culturas podem ser preservadas, mas é provável que ocorra melhora sensível na qualidade de vida e uma redução considerável nos danos causados pela prática da automedicação.
Longevidade... porque o essencial é eterno.
Dr. Eduardo Macedo Bernardes
CREMERJ: 104.654-3
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Foto: Reprodução.
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