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“Não tá havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, disse Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (24), quando ofereceu um almoço a jornalistas no Palácio da Alvorada. A declaração reforça o que já havia dito o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - que o número de óbitos de crianças na pandemia não pedia “decisões emergenciais”.
“Tá morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? É pai que decide, em primeiro lugar”, declarou Bolsonaro.
Em seguida, tentando se esquivar, declarou que não quer determinar nada para o tema. “Se tem um problema na Saúde, vão me culpar. Quando quero dar uma opinião, estou interferindo. Situação minha é complicada”.
Governos reagem
O Ministério da Saúde confirmou, no entanto, que a vacinação infantil contra a Covid-19 começará no dia 10 de janeiro, porém mediante prescrição médica. Governadores e prefeitos de capitais têm contestado a decisão e dito que não irão obedecer.
O Conass - Conselho que representa os Secretários de Saúde - também afirmaram que não irão exigir prescrição médica para a vacinação infantil.
Chefe da Anvisa cobra rapidez
O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, cobrou nesta quinta-feira (23) explicação do governo federal pela demora em vacinar crianças e falou - ao contrário de Queiroga e Bolsonaro - em um número “macabro” de mortes.
"Nós temos 301 crianças mortas na faixa de 5 a 11 anos desde que a covid-19 começou até o início de dezembro. Nestes 21 meses, numa matemática simples, nós temos um pouquinho mais de 14 mortes de crianças ao mês, praticamente uma a cada dois dias. Então acho que essa informação à sociedade se faz necessária", disse em entrevista ao jornal O Globo.
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