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O Brasil é o país que mais gasta dinheiro público com campanhas eleitorais e partidos. São mais de U$789 milhões por ano. É o que revela estudo divulgado pela plataforma CupomValido, com dados do IMPA, World Bank e Tribunal Superior Eleitoral.
É mais que 2.5 vezes o valor do segundo colocado, o México, com U$307 milhões por ano. Legislando em causa própria, os deputados e senadores aumentaram o fundo eleitoral deste ano em 190%, em relação ao valor fixado na eleição municipal de 2020, enquanto no mesmo orçamento reajustaram o salário mínimo em apenas 10%. O dinheiro para os tubarões da política equivale a 16,8 toneladas de ouro. E ainda acham pouco.
Enquanto isso, metade da população brasileira passa fome. A pobreza é multidimensional: além da alimentação, envolve a falta de acesso à educação, à saúde, trabalho e padrão de vida. A pobreza e a extrema pobreza têm efeitos terríveis para a dignidade das pessoas e, no caso de crianças e adolescentes, as consequências são irreparáveis.
A situação compromete irreversivelmente seu desenvolvimento, condenando-os ao estado perpétuo de vulnerabilidade. Crianças criadas em um ambiente de privação e violência não conseguem crescer, estudar e trabalhar, o que dificulta que se tornem adultos independentes, perpetuando o ciclo de miséria.
Há 32 partidos políticos no Brasil, afoitos para desfrutar dos fundos públicos, além da rede de corrupção. É o 2º país com mais agremiações partidárias no mundo, atrás somente da Índia, que tem 36 partidos. Nos países desenvolvidos, a quantidade é significativamente menor: Itália (15), Suíça (11), Reino Unido (11), Portugal (10), França (9), Alemanha (6), Japão (6) e Estados Unidos (2). Nem é preciso dizer que funcionam muito melhor.
Além da 1ª posição no ranking de gasto anual e 2ª em maior número de partidos, o Brasil é o país que mais gasta com parlamentares. Cada um custa US$ 5 milhões por ano. Dividido o custo médio de cada um deles pela renda média de cada país, a pesquisa concluiu que o gasto por parlamentar é 528 vezes maior que a renda média da população nacional. Um ranking tão vergonhoso que o número é mais que duas vezes maior que o gasto do segundo colocado – a Argentina, com gasto de 228 vezes em relação à renda média. Não por acaso, os com os menores gastos são Luxemburgo e Suíça, ambos seis vezes a renda média.
Os maiores gastos com as campanhas eleitorais estão relacionados à publicidade por materiais impressos, que representam 20,9% do total das despesas e fazem uma imundície nas ruas. A produção de programas (de rádio, televisão ou vídeo) está em segundo lugar, com 8,8%. Em terceiro, com 8,6% das despesas, fica o custo com atividades de militância e mobilização de rua. Confiram o infográfico.
Fonte: IMPA, TSE, CupomValido.com.br, World Bank
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