Cultura: iluminando o apagão

Por Silvia Blumberg

Cultura: iluminando o apagão

A essência da cultura são os valores e crenças que nos influenciam no meio onde nascemos e crescemos.

Dependendo das oportunidades e experiências sofremos mudanças ao longo da vida e assim nos transformamos no que pensamos e agimos em nosso momento presente.

As transformações tecnológicas e climáticas nos desafiam a todo momento!

Quanto maior nossa capacidade de captar, compreender e agir de acordo com os desafios que surgem fica facilitada nossa sobrevivência, seja na vida pessoal e/ou profissional.

Pensando em políticas públicas fica a questão: como apoiar a inovação e transformações estruturais na sociedade tão desigual?
Nos tempos que antecederam a revolução industrial, havia a capacidade de plantar, tecer, tingir… e assim o mundo era quase todo artesanal! A humanidade se obrigava a desenvolver suas habilidades nas áreas que hoje denominamos de Economia Criativa! 

Haviam distritos criativos em todas as partes!

Nossos valores se modificaram pouco a pouco e hoje em quantidade significativa os humanos se afastaram da natureza e se habituaram no espaço da competição, consumo inconsciente, e o resultado é a escassez de materiais que ou se extinguiram ou levarão centenas ou milhares de anos para se reproduzirem.
Na área dos seres vivos, o ecossistema sofre com ciclos de vidas interrompidos ou extintos.

Em que momento os governos se fragmentaram em vários setores para tratar de problemas que são interdependentes e associados?

Quase toda área pública forma um ciclo de abundância ou escassez; prosperidade ou miséria de acordo com seu modelo de gestão integrativo, ou desagregador.

Neste turbilhão de minhas reflexões, tenho algumas hipóteses que se apresentam como possibilidades assertivas em meio a tantas incertezas: Educação, Cultura, sustentabilidade e tecnologia  são intimamente associadas como antídotos destas situações que só se agravam!

As experiências em diversas culturas podem ser consideradas como as grandes metamorfoses que viabilizam as convergências necessárias para os líderes compreenderem o valor da diversidade e que traduzam suas políticas com máximo rigor na governança responsável e com planejamento e execução de planos e programas que invistam no desenvolvimento de habilidades e talentos.

Para alcançarmos estes ideais são necessárias: Colaboração e cumplicidade entre todos as pastas governamentais e em todas as esferas e ainda o apoio e envolvimento das empresas de todas as dimensões e sociedade civil.

No Rio de Janeiro temos uma experiência para lá de exitosa que aponta um caminho de positividade que é o Passaporte Cultural implantado na gestão de Danielle Barros 2019 / até presente data.

O Passaporte tem de um lado Empresas e entidades culturais oferecendo espaços de visitação, do outro entidades formalizadas que solicitam as visitações e são organizadas caravanas de pessoas de várias idades de baixa renda e poucas oportunidades ,tendo crianças e jovens como prioridades.

A cultura integra a gastronomia, arquitetura, turismo, tecnologia, educação ambiental, artesanato, moda…

Cultura é a luz do final do túnel de um mundo em transformação constante.

Seja você também um colaborador da cultura e das convergências!

Por Jornal da República em 23/08/2023
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