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O reverendo Amilton Gomes de Paula afirmou, nesta terça-feira (3/8), que “tem culpa, sim” nas supostas irregularidades envolvendo as negociações entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply para aquisição bilionária de doses de vacinas contra a Covid-19.
O religioso disse que se arrepende de ter participado das tratativas. Amilton de Paula, que fundou a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma organização sem fins lucrativos (ONG), teria sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar vacinas da AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O reverendo também é apontado como intermediário das tratativas entre o Ministério da Saúde e a Davati Medical Supply, que ofertou doses de vacinas ao governo federal. Ele foi provocado por senadores de oposição e da base aliada ao governo federal.
Amilton chorou ao responder o senador Marcos Rogério (DEM-RO) sobre o envolvimento da Senah nas negociações.
“Eu queria trazer vacina para o Brasil. Eu tenho culpa, sim, eu peço desculpa ao Brasil, o que eu cometi não agradou aos olhos de Deus. Peço perdão aos senadores”, disse emocionado.
Contradições
O depoimento do reverendo foi marcado por contradições. Ele não soube explicar, por exemplo, as inúmeras diferenças entre os valores ofertados ora pela Senah, ora pela Davati.
Segundo o religioso, a primeira proposta da empresa norte-americana era de US$ 3,50 e, posteriormente, passou para US$ 17,50. Por fim, a companhia teria ofertado as doses de vacina por US$ 11.
Randolfe, no entanto, mostrou um documento oficial da Davati, datado de 5 de março deste ano, cuja o preço estabelecido por imunizante seria de US$ 10. Em carta enviada nove dias depois, o reverendo dizia ao então secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco que as vacinas custaria US$ 11 por dose.
A diferença de US$ 1 por unidade é justamente o mesmo valor da suposta propina que teria sido cobrada por Roberto Ferreira Dias nas tratativas entre a Senah, Davati e a pasta.
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