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Semana passada comemoramos aqui a vitória da democracia no México, mas como alegria dura pouco, esta semana vamos analizar, com um pouco de tristeza as eleicoes para o parlamento Europeu.
Começo ressaltando que não houve uma vitória avassaladora da ultra direita, como os extremistas brasileiros tentaram propagar, gerando uma euforia que levou Bolsonaro a soltar uma nota radical, que iremos analizar em seguida.
O Parlamento Europeu é composto por 720 cadeiras e a composição ficou assim:
O Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, conquistou 185 assentos. A centro-esquerda Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) obteve 137 assentos, seguida pela coalizão liberal Renovar a Europa, com 79 assentos.
A ultra direita ficou com 130 cadeiras. Outros grupos políticos, incluindo os Verdes e a Esquerda também estão representados no Parlamento. Portanto a ampla maioria continua com a centro-direita, apesar da ultra-direita, liderada por figuras como Marine Le Pen na França e Giorgia Meloni na Itália, avançarem de 16% para 18% de representação no parlamento.
Outro dado importante pra nossa análise, é que votaram apenas 37% dos eleitores aptos, o que demonstra a pouca importância que o Europeu dá ao seu parlamento.
Embora a direita radical tenha avançado, a maioria dos assentos ainda está nas mãos dos partidos de centro. Para influenciar significativamente a política da UE, os partidos de direita radical precisarão se unir, o que representa um desafio, pois eles tem concepções bastante diversas entre si. No entanto, o avanço da ultra-direita no Parlamento Europeu têm várias implicações para a política internacional.
Os Eleitores enviaram uma mensagem severa às forças políticas tradicionais, afetando a política em países como França e Alemanha e premiando partidos nacionalistas em vários países
O avanço de partidos mais radicais à direita pode enfraquecer a agenda climática da União Europeia e restringir ainda mais a política de migração e asilo. Além disso, Os resultados tiveram repercussões imediatas, como convocações de eleições parlamentares antecipadas em alguns países membros.
Após o resultado das eleições Europeias, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou sua opinião nas redes sociais. Ele comemorou o crescimento da extrema direita na União Europeia e criticou o que ele chama de “establishment”, afirmando que este está “espumando de ódio” com o resultado eleitoral.
Bolsonaro destacou que a vitória do povo mostra que as agendas impostas pelo sistema não estão satisfazendo a vontade popular. Ele também mencionou que a Europa demonstra que a vontade popular prevalece sem determinadas intromissões e que isso se repetirá em outras partes do mundo.
Ele usou em seu texto, palavras e frases muito parecidas com as usadas por Hitler antes de chegar ao poder, o que deve ser motivo de muita preocupação.
Bolsonaro também fez referência à situação política nos Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump aparece à frente de Joe Biden nas pesquisas para as eleições de 2024.
Enfim, mesmo não alcançando maioria, o crescimento da ultra direita acende a luz amarela. A esquerda democrática, tem que assumir de novo o protagonismo que já teve, apresentando propostas e projetos que ganhem os corações e as mentes do povo, principalmente daqueles que mais precisam.
Saudações democráticas.
Filinto Branco - Colunista político.
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