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O sistema endócrino possui sete componentes, que são responsáveis pela coordenação bioquímica e biofísica dos processos orgânicos.
Hoje abordaremos o hormônio ocitocina e os aspectos de suas ações na vida humana.
O que é a ocitocina?
A ocitocina é um hormônio peptídico produzido no hipotálamo e armazenado na neuro-hipófise, de onde é liberada para ação tanto no cérebro quanto em outros órgãos.
Saliento que esse é um hormônio que influencia sobremaneira a vida humana do início ao fim, pois ele está presente na condução do trabalho de parto por meio das contrações intra uterinas, na conexão das mães e bebês através da amamentação (pois é chave essencial na liberação de leite pelas glândulas mamárias), além de afetar na escolha do parceiro, na afetividade e nas relações sexuais.
“A ocitocina é liberada durante o orgasmo, tanto feminino quanto masculino. Na mulher promove contrações uterinas e no homem contração dos ductos seminíferos e ejeção do sêmen. A ocitocina é o hormônio do prazer e da fidelidade, sendo considerado responsável pela capacidade de manutenção de um parceiro fixo”.
As áreas cerebrais ativadas para a produção e armazenamento da ocitocina também têm ligação com a produção e liberação de outros hormônios, como o TSH (hormônio que estimula o funcionamento da tireoide), e o FSH (hormônio que atua na regulação do ciclo menstrual)
Mas a ação da ocitocina no cérebro humano vai além das funções reprodutivas. É o hormônio das relações, que torna a pessoa capaz de se doar por outra, de se agrupar, de se socializar. É o hormônio do altruísmo, da honestidade.
É importante saber que a ocitocina está diretamente relacionada com o comportamento emocional dos indivíduos e a forma como eles se mantém engajados com a vida.
Pesquisas recentes no campo das neurociências revelaram que a ocitocina é a responsável pela ética nos negócios, por isto foi recentemente chamada de “A molécula da moralidade” por Paul Zack, autor de bestseller sobre o tema.
Qual é a importância do hormônio ocitocina?
A ocitocina é um hormônio que provoca um profundo estímulo parassimpático aumentando a capacidade afetiva natural dos seres humanos. Sendo assim, a capacidade de socialização é resultado da ação da ocitocina.
Portanto, não é tão difícil entender o motivo pelo qual a ocitocina é conhecida como o hormônio do amor.
Indivíduos portadores de algumas condições comportamentais e neurológicas como transtornos do déficit de atenção, hiperatividade, autismo, esquizofrenia e outras debilidades ligadas ao sistema neurológico, são condutores de níveis baixíssimos de ocitocina.
Existem estudos mostrando que dentre esses indivíduos portadores das comorbidades neurológicas, a suplementação de ocitocina melhora drasticamente as manifestações advindas dessas doenças.
Ademais, a ocitocina tem uma relação muito interessante com a cognição, influenciando na memória e na capacidade de processamento neural agindo no córtex frontal e no hipocampo, áreas do cérebro responsáveis pela qualidade do pensamento e pela cognição, respectivamente.
Impacto dos baixos níveis de ocitocina
Em homens e mulheres, a importância do hormônio ocitocina se manifesta fundamentalmente na condução da atividade sexual, no desejo sexual e principalmente, no estabelecimento do orgasmo.
Vale destacar que a dependência da ocitocina para o desempenho sexual não difere em níveis conforme o sexo, ou seja, ela é igual em homens e mulheres.
Além disso, a ocitocina age sobre sistemas de controle anti-inflamatório. Como um hormônio anti-inflamatório ela tem um papel fundamental na captação de iodo pelos órgãos captadores, principalmente tireoide, mamas femininas e próstata. Desta forma, por meio da ocitocina é possível aumentar a captação de iodo para esses sistemas.
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De grande importância na composição hormonal, está totalmente relacionada com a qualidade de vida.
Sua atuação direta, interfere na expressão emocional dos indivíduos, aumentando sua capacidade socioafetiva, promovendo relações mais saudáveis e duradouras.
Indivíduos que, subitamente, mudam seu comportamento e passam a ter um maior grau de agressividade, tendência a evitar contato ou relações interpessoais e sociais, podem estar com uma manifestação eminente e corrigível de deficiência de ocitocina.
No homem, este hormônio é capaz de diminuir a agressividade, embora sua atuação seja muitas vezes bloqueada pela ação da testosterona. Sendo assim, deve-se observar esse padrão.
Hormônios vitais
Ainda é possível encontrar, nos dias de hoje, pessoas e profissionais da área da saúde que encaram os hormônios com receio. Contudo, tais percepções não passam de falta de conhecimento sobre esses elementos, que fazem parte da nossa vida desde a gestação.
O fato de haver sistemas endócrinos responsáveis pela gestão hormonal com manutenção da capacidade de produzirmos tais substâncias, ocorre naturalmente a fim de preservar nossa saúde. A perspectiva de que os hormônios oferecem riscos tais como; câncer, ganho de peso, entre outras alterações nesse sentido, anuncia a necessidade de atualização sobre o tema e contribuir com a desmistificação deste assunto de grande interesse médico.
Há que se entender que o organismo evolui naturalmente com desgaste deste sistema e suas respectivas alças, que notoriamente exprime os efeitos, associados a diminuição da concentração sérica de alguns hormônios edo funcionamento inadaptado de outros.
Convidamos ao entendimento de que os sistemas endócrinos estão envolvidos em todos os processos orgânicos e, o aumento na expectativa de vida nos convida a refletir e se informar sobre as indicações, os efeitos desta opção terapêutica, corroborando com melhoria na qualidade de vida.
Exemplificamos aqui um único hormônio, a ocitocina que protagoniza efeitos que vão além do orgânico, promovendo um impacto social positivo nas relações interpessoais, mais sólidas e aprazíveis.
Apesar de tentador, o uso da ocitocina tem indicações criteriosas. O médico, a partir da avaliação clínica do paciente e de exames complementares específicos, irá indicar o melhor tratamento de acordo com as necessidades individuais, e dos diferentes papéis desempenhados por esse hormônio.
Viva o amor, viva a ocitocina!!!
Longevidade...Porque o essencial é eterno!
Foto: Reprodução/Internet.
Dra. Patrícia Janoni Médica, Diretora da Clinica Embjanoni
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores
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