Influenciador é Investigado por Desvio de Doações e Maus-Tratos à Filha com Paralisia Cerebral

Conselho Tutelar de Anápolis Retira Criança de Casa Após Denúncias; Pai Debocha de Seguidores e Conselheiros

Influenciador é Investigado por Desvio de Doações e Maus-Tratos à Filha com Paralisia Cerebral

O Conselho Tutelar de Anápolis (GO) retirou de Igor Viana, 24 anos, os cuidados de sua filha de 2 anos, que tem paralisia cerebral, após o influenciador ser alvo de investigação por suspeitas de desviar doações feitas para a menina e submetê-la a maus-tratos. Segundo a Delegada Aline Lopes, Igor Viana adotou um comportamento debochado e fez piadas durante a retirada da criança de sua residência, nesta terça-feira (25). 

 

A criança foi levada para a casa da avó paterna, e o pai está proibido de manter contato com ela durante o período de investigações. A mãe da menina também é investigada por supostamente se apropriar das arrecadações destinadas aos cuidados da filha. Em áudios obtidos pela Polícia Civil de Goiás e enviados ao UOL, Igor Viana debochou dos seguidores que fizeram doações, afirmando: "Se eles [seguidores] foram trouxas, a culpa não é minha". 

Igor Viana ainda declarou que tem vontade de deixar a filha em um orfanato, referindo-se a ela de maneira depreciativa. Ele argumentou que não considera que desviou o dinheiro, pois as doações eram feitas para sua conta pessoal e ele também tem necessidades a serem supridas. 

O influenciador, que se identifica nas redes sociais como "Pai da Soso" e "servo do Deus vivo", acumula milhares de seguidores e usava as plataformas para angariar doações que, supostamente, seriam revertidas para os cuidados da criança. No entanto, ele se tornou alvo de investigação em 19 de junho, após denúncias de maus-tratos e desvio de doações. 

 

A delegada Aline Lopes explicou que o tratamento dado por Igor à filha em seus vídeos pode ser caracterizado como crime de maus-tratos e incitação à discriminação de pessoa com deficiência. Além disso, há informações de que a mãe da criança teria usado o dinheiro das doações para fazer intervenções estéticas no corpo. 

Igor e a ex-companheira, que não têm renda fixa e dependem das doações feitas para a filha, serão intimados a depor para prestar esclarecimentos sobre as denúncias. Eles são suspeitos de constrangimento de menor, estelionato, discriminação à pessoa com deficiência e apropriação de bens proventos de pessoa com deficiência. 

 

Por Jornal da República em 28/06/2024
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