Matheus Nachtergaele, Elcio Nogueira Seixas, Renato Burghi em Molière

O espetáculo, com mais onze atores, é a primeira montagem da renomada dramaturga, escritora e roteirista mexicana Sabina Berman, no Brasil.

Matheus Nachtergaele, Elcio Nogueira Seixas, Renato Burghi em Molière

Uma disputa bem-humorada entre a Comédia, representada por seu mais ilustre autor, Molière (vivido por Matheus Nachtergaele), e a Tragédia, personificada pelo poeta Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas), MOLIÈRE retorna aos palcos no Teatro Prudential, de 02 de setembro a 02 de outubro, depois de quatro anos de temporadas de sucesso pelo país.

Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem integra o projeto de intercâmbio cultural promovido pelo Teatro Promíscuo pela valorização da dramaturgia latino-americana. A peça, que marca a estreia da obra teatral da renomada dramaturga mexicana Sabina Berman no Brasil, tem direção de Diego Fortes, ganhador do Prêmio Shell em 2017, pelo espetáculo O Grande Sucesso.

Inspirada no próprio teatro de Molière, que fundia vários estilos em uma mesma obra (Commedia Dell’Arte; influências renascentistas e barrocas; humor satírico), a encenação busca integrar linguagens diversas em uma intensa dinâmica cênica. “A fusão de linguagens de Molière e a autenticidade de suas criações nos possibilitaram misturar cores e texturas com extrema liberdade, procurando sempre uma encenação em que regras pudessem ser quebradas”, diz o diretor Diego Fortes.

Em cena, quatorze atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre formas opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos, e a outra mostra reverência e temor, diante da dor e da morte. O embate épico entre essas duas faces da vida tem como cenário a corte carnavalesca de Luis XIV, o Rei Sol (Josie Antello), na França.

Amado pelo público e favorito do extravagante rei, Molière trava uma luta tragicômica com seu aprendiz Racine para manter a posição de dramaturgo mais prestigiado da corte. Enquanto isso, o Arcebispo de Paris, grande entusiasta da guerra, Monsenhor Péréfixe (Renato Borghi), tentará se aproveitar do conflito para banir do reino o Teatro e seus artistas, endurecer a censura e lançar a França em uma era de obscurantismo, violência e sacrifício. É mais nobre fazer o público rir ou chorar? Os artistas devem mostrar o mundo como ele é ou como deveria ser? Por que proibir obras de arte e perseguir seus criadores? Até que ponto aqueles que criam devem submeter-se à vontade daqueles que pagam? Estas são algumas das grandes questões que permeiam o enredo do espetáculo.

O cenário de André Cortez evidencia o jogo de transições entre teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo. Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma "França Tropical", ou melhor, de uma delirante "Tropicália Francesa" irrompendo em plena corte absolutista do século XVII.

Serviço:

 Molière – Uma comédia musical de Sabina Berman.

Temporada: 02/09 a 02/10/2022.

Local: Teatro Prudential (Rua do Russel, 804 – Glória).

Horário: sexta (02/09), às 20h | sábados, às 20h, e domingos, às 19h.

Ingresso: R$ 30,00 a R$ 70,00.

Capacidade: 359 lugares.

Duração: 120 minutos.

Classificação: 12 anos.

Bilheteria: terça a sábado, das 12h às 20h | domingos e feriados, das 12h às 19h.

Vendas on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/75298/d/150567

Por: Clilton Paz.

Por Jornal da República em 03/09/2022
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