O sonho americano está em declínio

Oligarcas reinam nos EUA que virou um estado privatizado e cidades viraram súditos

O sonho americano está em declínio

Por décadas, os Estados Unidos foram exaltados como o ápice da democracia e das oportunidades, um lugar onde o esforço individual era recompensado com sucesso e onde os direitos eram garantidos de forma inalienável. Contudo, essa narrativa está sendo colocada em xeque diante de uma realidade cada vez mais incômoda. Para muitos, o "sonho americano" está se desfazendo, revelando um país mais próximo de um grande Estado privatizado do que da icônica "terra da liberdade".

As instituições públicas, outrora pilares de uma sociedade funcional, têm sido minadas por uma ganância corporativa desenfreada. Setores essenciais como educação, saúde, moradia e segurança social foram transformados em mercadorias. O cidadão, rebaixado à condição de consumidor, luta para sobreviver em um sistema projetado para atender aos interesses de uma minoria privilegiada. Essa elite econômica, uma nova aristocracia, exerce seu poder como uma moderna corte monárquica: financiam campanhas, moldam políticas públicas em benefício próprio e ditam as regras do mercado. Enquanto isso, o cidadão comum é empurrado para a margem, sem poder ou influência, submetido a uma engrenagem que prioriza o lucro acima de tudo.

Direitos fundamentais, outrora tratados como inalienáveis, agora são privilégios acessíveis apenas àqueles que podem pagar. A saúde se tornou um luxo, a educação é uma promessa que muitas vezes resulta em dívidas vitalícias, e o sonho da casa própria foi desfeito pelo pesadelo da especulação imobiliária. Enquanto CEOs acumulam fortunas estratosféricas, milhões de americanos enfrentam filas em bancos de alimentos e vivem nas ruas, a céu aberto, no país que se autodenomina o "maior do mundo".

Essa desigualdade crescente está abrindo os olhos de muitos para uma verdade desconfortável: a liberdade e o progresso, frequentemente alardeados como marcas registradas dos Estados Unidos, não passam de ilusões meticulosamente vendidas. O que resta é um sistema onde os cidadãos foram reduzidos a meras engrenagens de uma máquina cujo único objetivo é o lucro.

Porém, em meio a esse cenário desolador, surge uma fagulha de esperança: a tomada de consciência coletiva. Reconhecer o problema é o primeiro passo para reconstruir o que foi destruído. A luta agora é por uma sociedade onde a dignidade humana prevaleça sobre os interesses corporativos, onde o poder seja compartilhado por todos, e onde os cidadãos possam, enfim, retomar as rédeas de sua soberania.

Fonte: João A. Roberto

Por Jornal da República em 20/01/2025
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