Os 'Petrodoláres' de Sangue que limpam a Arábia Saudita.

A prática de lavagem social através de investimentos em eventos esportivos, como a que está sendo desenvolvida na Liga Saudita, levanta sérias preocupações sobre a ética e a responsabilidade social. A contratação de jogadores estrelados trazem os holofotes para a Liga e a luminescência acaba servindo como uma forma de "cegar", escondendo questões profundamente problemáticas que continuam a afetar o país. Trabalho escravo, homofobia, machismo, violações aos direitos humanos são as mais graves.

Por trás do brilho das novas contratações e do espetáculo esportivo, existe uma hipocrisia inegável. Enquanto os estádios estão repletos de entusiasmo, a realidade das violações dos direitos humanos, a censura à liberdade de expressão e os questionamentos sobre a justiça social permanecem sem solução. O regime parece mais interessado em criar uma fachada de modernidade e progresso do que em abordar as preocupações genuínas de seus cidadãos e da comunidade internacional.

A ironia reside na glorificação de jogadores estrangeiros que, por vezes, são alheios à situação política e social do país anfitrião. Suas habilidades são exploradas para mascarar uma realidade que não condiz com o espetáculo criado. Enquanto jogadores são aplaudidos em campo, os apelos por mudanças reais e medidas concretas para melhorar as condições de vida são silenciados.

A prática de usar o esporte como uma ferramenta de distração é uma tática questionável e indigna. Os esforços e os recursos destinados ao entretenimento esportivo poderiam ser canalizados para abordar questões urgentes que afetam a sociedade, como educação, saúde e justiça social. Em vez disso, a lavagem social através do esporte perpetua um ciclo de ilusão e negação.

A verdadeira grandeza de um país não está na magnitude de seus eventos esportivos ou nas estrelas que ele atrai, mas sim na maneira como trata seus cidadãos, respeita os direitos humanos e trabalha para criar um futuro justo e equitativo para todos. Enquanto a lavagem social continuar a obscurecer a realidade, o impacto positivo genuíno permanecerá inatingível e os problemas fundamentais continuarão sem solução.

O Qatar conseguir fazer essa "lavagem social" e realizou uma Copa do Mundo e nós como sociedade bovinamente aplaudimos esse absurdo, ignoramos as mortes, violações aos diretos humanos, trabalho escravo e miséria e abraçamos a Copa. A Arábia vai pelo mesmo caminho, seguindo a trilha Catari e mais uma vez a simbiose entre Petróleo e sangue de sauditas inocentes vão limpar o caminho rumo ao abrandamento de uma ditadura.