Os principais cuidados com a saúde bucal das crianças

Especialistas do curso de Odontologia da FSG, explicam as precauções que os adultos devem ter em relação as doenças que afetam a cavidade bucal dos pequenos

Os principais cuidados com a saúde bucal das crianças

A região bucal é uma parte do corpo de extrema importância e quando não tratada, pode gerar inúmeros problemas. Por isso, todo cuidado é pouco, mas quando o assunto é criança, muitos adultos não dão importância, pois acreditam que a população infantil é muito jovem para terem os dentes afetados. O que não é bem assim. 

Segundo a professora do curso de Odontologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, Lívia Mund de Amorim, as doenças e alterações bucais nas crianças, apresentam características próprias e podem afetar os dentes ou tecidos moles da cavidade bucal. “A partir do aparecimento do primeiro dente, a atenção deve estar voltada a prevenção da cárie dentária, pois trata-se de uma doença comportamental e multifatorial”, explica. 

 O consumo excessivo de açúcar na alimentação das crianças, aliado a hábitos de higiene deficientes, ocasionam a perda de minerais sob o aspecto de manchas brancas na superfície dental, culminando muitas vezes em cavidades de coloração acastanhada que, por sua vez, servem como depósito para bactérias, levando a criança a sentir dor. “Quando afeta dentes anteriores, também gera prejuízos estéticos e pode decorrer em bullying no ambiente de convívio desta criança, além de afetar diretamente a qualidade de vida”, comenta Henrique Castilhos Ruschel, professor de Odontologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG. 

Para a doutora e também professora de Odontologia da FSG, Aline Estades Bertelli, nos bebês, as lesões de cárie podem iniciar pelos dentes anteriores-incisivos da arcada superior na forma de manchas brancas, que quando não controladas são capazes de evoluir para cavidades em curto espaço de tempo. “Muitas vezes os pais acreditam que os dentes já nasceram estragados e foram quebrando, ou associam ao uso de antibióticos, o que são ideias equivocadas. Cabe ao odontopediatra diagnosticar estes primeiros estágios da doença e esclarecer aos pais ou responsáveis sobre sua causa.  

Entre os principais motivos que causam a gengivite, Bertelli comenta que: “De uma forma geral, a falta de informação e orientação adequada combinadas à dificuldade de acesso aos serviços de saúde odontológicos potencializam os agravos em saúde bucal. Muitas vezes estas condições, em estágios iniciais ou situações que requerem atendimento imediato, não são adequadamente abordadas, implicando a complexidade de tratamento posteriores. Fatos sociais, econômicos e culturais também contribuem para estas condições. Por exemplo, crianças com lesões de cárie nos primeiros anos de vida, normalmente estão associadas ao baixo grau de escolaridade materna e muitas vezes, a uma baixa renda familiar”. 

A falta de campanhas voltadas ao esclarecimento da população sobre o que é e como prevenir a cárie dentária, bem como a deficiência de políticas públicas com esta finalidade, contribui para a manutenção deste quadro de doença nesta parcela da população. “O apelo da indústria na comercialização sem controle de alimentos açucarados voltados para esta faixa etária também dificulta esta abordagem de controle e erradicação da doença”, explica Amorim. 

Principais metódos de prevenção 

De acordo com o professor Henrique, os cuidados devem iniciar na rotina familiar, principalmente observando a alimentação da criança. “Os primeiros mil dias do bebê são importantes na construção e aquisição de hábitos alimentares saudáveis que possuem repercussão direta na saúde ao longo da vida da criança, por isso, não oferecer açúcar até os dois anos, é uma forma mais eficaz e segura para a prevenção de doenças não comunicáveis como cardiopatias e diabetes. Somado a isto, manter a rotina de higiene bucal desde o aparecimento do primeiro dente na cavidade bucal do bebê, conforme consta na Caderneta da Criança emitida pelo Ministério da Saúde” salienta.   

Por fim, a professora da FSG, Lívia Mund de Amorim, ressalta que as formas de prevenção, tanto para a cárie quanto aos demais agravos que podem afetar a saúde bucal infantil, devem ser passadas aos pais e responsáveis no momento do surgimento dos primeiros dentes na cavidade bucal do bebê, até o seu primeiro ano de vida.  

 

Por Jornal da República em 12/12/2022
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