Rio de Janeiro, belo e sofrido

Rio de Janeiro, belo e sofrido

A responsabilidade do governador Cláudio Castro sobre os recentes atentados na zona oeste, com incêndio de 35 ônibus, é um tema polêmico e delicado. Por um lado, ele pode ser cobrado por não ter conseguido prevenir ou reprimir os ataques, que demonstram a ousadia e o poder das milícias no estado. Por outro lado, ele pode alegar que os ataques foram uma reação isolada e desesperada dos criminosos, que se sentiram ameaçados pela política de segurança pública do governo. 

O governador Cláudio Castro tem uma relação um tanto quanto controversa com as milícias. Ele nega qualquer envolvimento ou conivência com os grupos paramilitares, mas já foi acusado de ter ligações políticas e financeiras com eles, porém em 2021, foi ameaçado de morte pela milícia após a operação que matou o miliciano Ecko. 

Essas ambiguidade do governador Cláudio Castro com as milícias, ora se aproximando, ora se afastando delas, conforme seus interesses políticos e pessoais, pode comprometer sua credibilidade e sua capacidade de enfrentar a crise da segurança no RJ. 

 Para romper com essa imagem e mostrar que está comprometido com o combate às milícias, ele precisaria adotar algumas medidas tais como: 

  • Fortalecer o trabalho de inteligência e investigação das forças de segurança, para identificar e prender os líderes e financiadores das milícias. 

  • Ampliar a fiscalização e o controle sobre as atividades econômicas ilegais das milícias, como a venda de gás, água, internet, transporte e segurança. 

  • Promover a integração e a cooperação entre as polícias civil e militar, o Ministério Público, o Judiciário e a sociedade civil, para evitar conflitos de competência e garantir a eficácia das operações policiais. 

  • Respeitar os limites legais e constitucionais das ações policiais, evitando abusos de autoridade, violações de direitos humanos e mortes desnecessárias. Até hoje ele não implantou totalmente o uso das câmeras nos uniformes da PM. 

  • Investir na prevenção da violência e na promoção da cidadania nas comunidades dominadas pelas milícias, oferecendo serviços públicos de qualidade, oportunidades de educação, trabalho e lazer, e espaços de participação social. 

Por hoje é só. Bom final de semana. Se as milícias deixarem. 

 

Por Filinto Branco 

Por Jornal da República em 27/10/2023
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