Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Redefinir a atuação do aeroporto Santos Dumont é fator essencial para o sucesso de sua privatização, como também, para a manutenção da viabilidade do aeroporto Tom Jobim e incremento da economia do estado. A iniciativa deve ser avaliada dentro de uma conjuntura de benefícios e não apenas pelo lucro imediato e específico que a ação (leilão) irá proporcionar.
Para um bom resultado da iniciativa (leilão do Santos Dumont) devemos considerar ser necessário realizar um detalhado planejamento do tráfego aéreo dos aeroportos do estado e demais conexões, para que a ideia de hub idealizada para o aeroporto da Ilha do Governador possa verdadeiramente funcionar. Para isso, é fundamental que as unidades (SDU e Galeão) atuem encadeadas e que não sejam concorrentes entre si.
Vale ressaltar que, quando falamos em benefícios para a economia do estado não estamos olhando somente para o incremento do turismo e correlatos. É fato que o Rio é uma grande porta entrada de turistas estrangeiros e que um hub bem montado no Galeão irá estimular tanto a atividade turística do Rio como das demais cidades. Entretanto, a atividade aeroportuária pode proporcionar benefícios que vão muito além desse prisma.
Um aeroporto gera, naturalmente, pela concentração e fluxo de pessoas inúmeros empregos e negócios. No empreendimento encontramos atividades comerciais e serviços, tanto para passageiros como empresas. Assim, temos desde restaurantes até serviços de logística de carga aérea. Neste conceito de exploração são administradas como empresas e proporcionam receitas não aeronáuticas. Além disso, toda estrutura necessária para o funcionamento da parte aérea exige enorme quantitativo de pessoal qualificado e equipamentos. Só isto já seria suficiente para cuidarmos para que os dois parques aeroviários tenham viabilidade e crescimento.
No entanto, devemos lembrar a capacidade do Galeão para o crescimento de suas atividades atraindo oficinas de manutenção e seu aproveitamento como aeroporto industrial. São linhas de atuação que somente o Galeão pode desenvolver no Rio. Todavia, para que isto aconteça, é necessário uma coordenação entre Santos Dumont e Tom Jobim. A concentração de voos no SDU enfraquece o aeroporto da Ilha e a construção de um hub local. O fato é que temos perdido espaço para aeroportos de outras regiões.
Termos aeroportos bem sucedidos, eficientes, é um dos passos para que o Rio volte a atrair empresas, negócios e turismo. O que não podemos é continuar com os mesmos números no turismo e com perda de 20% do seu parque industrial entre 2014 e 2019, segundo as contas da Rio Indústria. Então, vamos lutar para que nossos aeroportos e o Rio entrem em voos sem turbulências.
Hamilton Vasconcellos
Presidente da Comissão de Turismo da OAB-RJ
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!