15 de novembro: golpe ou liberdade? Proclamação da República divide opiniões no Congresso

Enquanto parlamentares exaltam valores democráticos e avanços sociais, críticas ao golpe de 1889 reacendem debates sobre o regime republicano.

15 de novembro: golpe ou liberdade? Proclamação da República divide opiniões no Congresso

Na manhã do feriado de 15 de novembro, o debate sobre o significado da Proclamação da República tomou conta do cenário político. 

Enquanto muitos parlamentares destacaram a data como um marco da soberania e do progresso brasileiro, outros aproveitaram para questionar a forma como o regime republicano foi instaurado em 1889.

No Congresso Nacional, as declarações ilustraram diferentes interpretações históricas e visões sobre o futuro do país. 

“O golpe retirou o Brasil de sua vocação de grandeza”

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) foi enfático ao criticar o evento que marcou a transição do Brasil para a República. 

“Mais do que uma ruptura política, o golpe de 15 de novembro representou o início de um projeto de poder que retirou o Brasil de sua vocação de grandeza. É essencial que revisitemos este episódio histórico, não com saudosismo, mas com a certeza de que é possível aprender com os erros do passado”, afirmou o deputado. 

Para Orleans e Bragança, a monarquia, embora imperfeita, oferecia bases de valores que, segundo ele, ainda poderiam inspirar um futuro mais equilibrado. 

“O Brasil não nasceu republicano, foi feito à força. E, talvez, seja chegada a hora de repensarmos se o regime que nos foi imposto em 1889 ainda serve ao propósito de garantir a liberdade, a prosperidade e a ordem”, concluiu o congressista.

“Dia de proclamar a liberdade de uma jornada de trabalho massacrante”

No outro extremo do debate, um grupo de parlamentares ligados ao governo federal celebraram a data como um marco da democracia e da justiça social. O senador Humberto Costa (PT-PE) associou a Proclamação da República ao atual debate sobre a escala 6x1:

“Hoje é Dia da Proclamação da República. Mas também é dia de proclamar a liberdade de uma jornada de trabalho massacrante. E dia de ir às ruas em todo o país dizer não à escala 6 X 1 e sim à vida, à saúde, ao lazer, ao descanso, à família”.

Em sua declaração, Costa se referia aos atos convocados em algumas localidades do país a favor da PEC que acaba com a jornada de trabalho 6x1.

O senador Paulo Paim (PT-RS) adotou um tom reflexivo. Em sua visão, a data é uma oportunidade de reafirmar os compromissos democráticos do país. 

“Neste 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, que possamos todos reafirmar a compreensão de que tão somente a democracia, o respeito às instituições e a defesa intransigente do Estado de Direito são capazes de consolidar nossa Nação”, declarou o petista.

Já o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) optou por uma leitura mais tradicional da data, exaltando a figura de Deodoro da Fonseca e os valores republicanos. 

“Hoje celebramos o Dia da Proclamação da República, um marco que reafirma a soberania e a força do nosso Brasil. Sob a liderança do Marechal Deodoro da Fonseca, demos um passo decisivo rumo à liberdade”, destacou o senador gaúcho.

O contraste entre as declarações reflete o cenário político atual, no qual interpretações distintas da história alimentam debates sobre o presente e o futuro do país. 

O feriado, assim, foi muito além das comemorações cívicas, servindo de palco para discussões fundamentais sobre identidade nacional, valores políticos e o legado histórico que molda o Brasil contemporâneo.

 

Por Jornal da República em 16/11/2024
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