A Garoto vai fechar? O Serenata de Amor vai acabar? Veja o destino da fábrica de chocolates no ES após aprovação da aquisição pela Nestlé

Após 21 anos de impasse, processo de compra da Garoto pela Nestlé foi finalizado, com um acordo contendo uma série de compromissos para preservar a concorrência no mercado nacional.

A Garoto vai fechar? O Serenata de Amor vai acabar? Veja o destino da fábrica de chocolates no ES após aprovação da aquisição pela Nestlé

A Garoto vai fechar? O Serenata de Amor vai acabar? Veja o destino da fábrica de chocolates no ES após aprovação da aquisição pela Nestlé

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na quarta-feira (7), a conclusão da aquisição da Chocolates Garoto pela Nestlé, após 21 anos de impasse. O acordo está condicionado a uma série de “remédios comportamentais" para preservar a concorrência no mercado nacional de chocolates.

Com isso, surgiram dúvidas sobre o futuro da empresa de origem capixaba localizada em Vila Velha, na Grande Vitória: o tradicional Serenata de Amor vai acabar? A fábrica vai fechar? Novos produtos serão lançados?

O Cade explicou que esse termo "remédios comportamentais" corresponde às medidas relacionadas à atividade interna da empresa, como, por exemplo, obrigações a fazer e não fazer. Ou seja, algumas condicionantes pela aprovação da aquisição da Garoto pela Nestlé.

Entre elas, estão que a Nestlé não poderá adquirir, pelo período de cinco anos, ativos que representem, acumuladamente, participação igual ou superior a 5% do mercado. O compromisso não se aplica a aquisições internacionais.

Outra cláusula prevista no acordo obriga a Nestlé a comunicar ao Cade, por um prazo de sete anos, qualquer aquisição de ativos que caracterize ato de concentração no mercado nacional de chocolates, abaixo do patamar de 5%.

Outras normas interferem no funcionamento e futuro da fábrica da Garoto, em Vila Velha. Confira abaixo como a decisão do Cade impacta na Garoto.

A fábrica da Garoto no Espírito Santo vai fechar?

Não. Uma das exigências impostas no acordo do Cade proíbe a venda da fábrica da Garoto, localizada no bairro Glória, em Vila Velha. A Nestlé nunca manifestou interesse em fechar a fábrica capixaba, nem no início, nem durante o processo de aprovação do conselho.

O processo determina ainda que a unidade seja mantida em pleno funcionamento com investimentos por um prazo mínimo de sete anos.

A Garoto vai receber novos investimentos no Espírito Santo?

Fábrica da Garoto, em Vila Velha, na Grande Vitória  — Foto: Garoto

Fábrica da Garoto, em Vila Velha, na Grande Vitória — Foto: Garoto

Sim. Além do funcionamento por no mínimo mais sete anos, a Nestlé já manifestou que fará novos investimentos na unidade de Vila Velha.

Nos últimos anos, a fábrica já passou por modernização e, em maio de 2023, a companhia anunciou um investimento de R$ 430 milhões para ampliar a capacidade da unidade.

Os trabalhos de modernização da unidade, instalação de novas linhas de produção e ampliação do portfólio de produtos começam nas próximas semanas e serão concluídos no ano que vem.

Serenata de Amor vai acabar?

Não. O Cade e a Nestlé chegaram a firmar um acordo, em 2017, que previa a venda de um pacote de dez marcas como Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação. A empresa, no entanto, não cumpriu o compromisso e as marcas não foram vendidas.

Na decisão desta quarta-feira (7), o conselho não estabeleceu restrições ao tema. Com isso, foi preservada a continuidade dessas marcas tradicionais das empresas.

A Garoto vai criar novos produtos na fábrica do ES?

Sim. Além de manter os atuais produtos em seu portfólio, como o Serenata, a empresa planeja novos produtos.

Entre as novidades está o começo da fabricação de uma nova linha de barras de chocolate na planta do Espírito Santo.

A Garoto já não havia sido comprada?

 

Sim. A compra ocorreu em fevereiro de 2002, período em que os julgamentos do Cade ocorriam após as negociações serem fechadas pelas empresas. Dois anos depois, o conselho vetou a operação, a partir da alegação de que a celebração do contrato resultaria em uma concentração de mais de 58% na época.

Uma lei que entrou em vigor em 2012 mudou essa forma de análise do Cade. A partir daí, passou a ser necessária a análise prévia de atos de concentração no país.

Fonte g1

 

Por Jornal da República em 12/06/2023
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