A Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades celebra o Mês da Consciência Negra com a ópera popular 'Chegança do Almirante Negro na Pequena África', que encena a importante história de um herói brasileiro

O emblemático espetáculo tem elenco em pernas de pau com cortejo saindo do MUHCAB à Praça da Harmonia, “Sede de Arte Pública Carioca”, na Gamboa, RJ

A Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades celebra o Mês da Consciência Negra com a ópera popular 'Chegança do Almirante Negro na Pequena África', que encena a importante história de um herói brasileiro

A Praça da Harmonia é mais uma vez o palco de um valioso acontecimento para a Cidade do Rio de Janeiro e o Brasil. A Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades vai contar a história do marinheiro João Cândido Felisberto (Encruzilhada do Sul, 24/6/1880 – Rio de Janeiro, 6/12/1969)conhecido como João Cândido ou “Almirante Negro”, por ser o líder da “Revolta da Chibata”. A apresentação da ópera popular “Chegança do Almirante Negro na Pequena África” será no dia 23/11, sábado, às 16hDramaturgia em cordel de Edmilson Santini e direção artística de Ligia Veiga.

A Companhia que se orgulha por ser uma das vencedoras no 33º Prêmio Shell de Teatro, na categoria “Energia que vem da Gente" chega à “Sede de Arte Pública Carioca” num cortejo que começa no MUHCAB - Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira. “Um prêmio é sempre um grande reconhecimento para quem trabalha com arte pública no Brasil” – conta Ligia.

Com elenco de 23 nomes entre atores, dançarinos e músicos sobre pernas de pau, a encenação reforça o aspecto arquetípico dos personagens. A dramaturgia em cordel é inspirada no episódio da Revolta da Chibata e a música foi composta especialmente para o espetáculo, avançando em uma linha de pesquisa baseada em melodias e ritmos do auto popular brasileiro: cheganças e marujadas.

_ Com trilha sonora sendo tocada ao vivo, referenciada nos folguedos populares, “Chegança do Almirante Negro na Pequena África” é um auto popular que revela aos brasileiros a parte essencial de sua memória e identidade – ressalta Ligia.

 

Sobre a Revolta da Chibata

 

O motim organizado pelos soldados da Marinha brasileira de 22 a 27 de novembro de 1910 foi motivado, principalmente, pela revolta contra o uso da chibata.  Todos eram submetidos às condições de trabalho extremamente precárias, além da péssima alimentação e acomodações insalubres na marinha arbitrária do século XIX. O estopim foi a punição a um marujo de nome Marcelino: 250 chibatadas! Os companheiros rebelaram-se e tomaram o controle de quatro embarcações: Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Deodoro. Os marujos revoltosos exigiam do governo o fim dos castigos físicos, caso contrário a capital seria bombardeada. A liderança desse motim foi realizada por João Cândido, o “Almirante Negro”.

 

Chegança do Almirante Negro na Pequena África

Ficha Técnica:

Criação direção artística: Ligia Veiga/ Direção de arte: Helio Eichbauer/ Cenografia: Emily Pirmez/ Assistente de direção: Mafalda Pequenino/ Preparação Corporal: Marilia Felippe/ Dramaturgia em cordel: Edmilson Santini/ Figurino: Caetana Dias e Domingos Alcântara/ Assessoria de imprensa: Clóvis Corrêa/ Gestão de projeto: Marina França/ Produção local: Marcos Alpive/ Produção Realização: Cia de Mystérios.

Elenco: Alexandre Mendonça/ Aline Figueiredo/ Allyson  Amaral/ Caetana Dias/ Camilla Costa/ Carlos Santo/ Cristina Basilio/Dandara Flor/Dicoklen Brito/ Edmilson Santini/ Elan Barreto/ Heglan Moura/ Joelson Gusson/ Jorge Freire/ Lelena Anhaia/ Ligia Veiga/  Marcelo Valentin/ Marília Felippe/ Pedro Lima/ Rafael Rodrigues/Ricardo Romão/ Rodrigo Maré/ Rômulo Sá/ Thiagô Queiroz/ Verônica Pereira / Banda Gigantes da Lira.

 

Sobre a Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades

Comprometida com a memória dos saberes ancestrais de um território em disputa, a Companhia está sediada desde 2007 na Gamboa, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, ocupando durante o ano as ruas e praças com espetáculos, intervenções, cortejos, procissões, cheganças. “Junto aos alunos, comunidade e artistas locais criamos os Autos de Resistência, Óperas Populares, Autos de Natal, desfiles de carnaval e tantas outras ações” - explica a diretora Ligia Veiga.

A Companhia é dedicada à pesquisa e à criação de um teatro praticado nas ruas, praças e espaços alternativos.  Seus espetáculos, com coreografias em pernas de pau e música ao vivo, são inspirados nos antigos atores populares, inscrevendo-se como “Ópera Popular”, afirmando o Teatro de Rua como importante veículo de intervenção urbana e transformação.

As ações do Calendário Cultural da Companhia visam manter o trabalho coletivo praticado nas ruas, resinificando a potência da arte pública na cidade. Ao mesmo tempo, contribuem para o reconhecimento e a importância das políticas públicas voltadas às produções artístico-culturais de rua, garantindo o direito da população em geral à fruição das artes em espaços púbicos.

  

Apoio: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura

@culturario

 

Serviço

Data: 23 de Novembro, sábado, às 16h

Apresentação da ópera popular  “Chegança do Almirante Negro na Pequena África”. Dramaturgia em cordel de Edmilson SantiniCom a Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades. Direção artística: Ligia Veiga.

 

A apresentação começa no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira seguindo com os artistas e o público em cortejo até a Praça da Harmonia.

Endereço: MUHCAB - Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa - RJ

Evento gratuito

Classificação: livre

Duração: 90 min

Mais informações: @ciademysterios

Por Jornal da República em 21/11/2024
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