A infernal passagem de Taylor Swift pelo Brasil

Shows da cantora no Rio foram marcados por tragédia, crimes e desorganização 

A infernal passagem de Taylor Swift pelo Brasil

A infernal passagem de Taylor Swift pelo Brasil

Shows da cantora no Rio foram marcados por tragédia, crimes e desorganização 

A turnê 'The Eras Tour', da cantora americana Taylor Swift, neste fim de semana no Rio de Janeiro, foi marcada por uma sucessão de tragédias e erros que deixaram evidentes a má organização do evento, que não tinha preparo para receber aproximadamente 73 mil pessoas para cada apresentação prevista. O resultado foi uma verdadeira tragédia, incluindo a perda de duas vidas.

A começar pelo local escolhido, o Estádio Nilton Santos, na Zona Norte, em uma das regiões mais perigosas da cidade. O local não tinha a estrutura prevista para receber um evento de tamanha magnitude ao se constatar o tamanho da popstar. Ainda por cima, o estádio fica em uma das zonas mais quentes da cidade, que registrou na sexta-feira (17), dia do primeiro show, sensação térmica de 60 graus. 
Não houve também  distribuição gratuita de água e com a venda de bebidas a preços exorbitantes e poucademanda no interior do estádio, instalou-se o caos.

A sensação de insegurança também foi um dos pontos negativos. Além da pouca segurança privada disponibilizada pela produção do evento, a segurança pública também parecia não dar conta do recado. O pouco policiamento não foi o suficiente para conter roubos e furtos na fila - as pessoas passaram quase dez horas de pé, sob sol escaldante, até conseguirem entrar no estádio. Isso tudo embaixo de uma lona plástica, que fazia aumentar ainda mais a sensação de calor.

O atendimento ambulatorial também não estava preparado. Por causa do calor,  mais de 1.000 pessoas passaram mal, muitas delas com desidratação, e muitas tiveram que ser encaminhadas a um  hospital público da região para receber atendimento adequado.

Logo no início do show de sexta, na segunda música apresentada por Taylor Swift, Maria Clara Benevides, de 23 anos, passou mal e morreu mesmo sendo socorrida pela equipe de brigadistas e levada ao hospital. 

Filha única de pais separados, Ana Clara viajou do Mato Grosso do Sul ao Rio de Janeiro pela primeira vez, para o que classificou como o "show de sua vida" nas redes sociais. A moça de 23 anos dividia todos os momentos que antecederam a fatídica noite com os familiares. Os pais concederam uma entrevista neste domingo ao ‘Fantástico’, da Rede Globo, e disseram que aguardam um explicação da organização do evento.

Depois de toda essa desorganização que resultou em tragédia logo no primeiro dia de shows, a turnê de Taylor Swift continuou. Uma multidão de mais de 70 mil pessoas se deslocou para o Nilton Santos, no sábado, apesar de todo o perrengue que aconteceu no dia anterior, novamente sob forte calor, quando foram registrados 42 graus na Cidade Maravilhosa. Alegando ter passado mal com a alta temperatura, a cantora cancelou a apresentação faltando apenas 30 minutos para subir ao palco, revoltando os pagantes  que vieram de várias regiões do país para ver a apresentação, que foi adiada para esta segunda-feira (20).

Como se fosse pouco tudo isso, a região escolhida para a realização do evento, ainda sofre com grande descaso com relação ao transporte público, fazendo com que o público ande uma grande distância da estação de trem até  à entrada do estádio, que apesar de ter vários acessos, disponibilizou o acesso justamente do outro lado da estação ferroviária, onde os transportes feitos por aplicativo são obrigados a deixar os passageiros por causa das intervenções feitas no entorno do estádio.

E para finalizar, não podemos deixar de falar dos arrastões, cometidos por criminosos ao fim da apresentação da popstar ao entorno do estádio, que ocorreram tanto na sexta quanto no sábado, quando o show foi cancelado.

Um outro fã da cantora Taylor Swift,  Gabriel Santana, de 26 anos, foi esfaqueado e morto durante um assalto em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Por Thiago Sodré em 20/11/2023
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