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A insônia é um desafio para boa parte da população do planeta. Passar as noites em claro é um problema que muitos adultos enfrentam. Estudo divulgado no periódico The American Journal of Clinical Nutrition sugere que a dieta pode ser parcialmente culpada por essa situação – mais especificamente, o carboidrato refinado.
O Instituto do Sono de São Paulo, um dos maiores centros de referência no assunto, confirma: 45% das pessoas ao redor do mundo têm queixas de insônia – ou seja, dificuldade em iniciar ou manter o sono – e 15% apresentam problemas de insônia crônica.
A importância alimentar/Carboidratos
Para chegar a essa relação entre a insônia e o consumo excessivo de carboidrato refinado, a pesquisa analisou dados de mais de 50.000 participantes da Iniciativa de Saúde da Mulher nos EUA, por meio de diários alimentares. Os pesquisadores analisaram se as mulheres que adotavam uma dieta com maior índice glicêmico tinham mais chances de terem insônia.
E, como resultado, a pesquisa apontou que mulheres na pós-menopausa que consumiam uma dieta rica em carboidratos refinados, principalmente aqueles com açúcares adicionados pela indústria alimentícia, eram mais propensas a desenvolver a doença.
Dos alimentos analisados, alguns dos carboidratos refinados com adição de açúcar incluíam bolos, pães, refrigerantes, geleias, chocolates e sorvetes, além dos açúcares ingeridos separadamente ou adicionados aos alimentos à mesa. Como eles continham um índice glicêmico maior, causavam um aumento mais rápido do açúcar no sangue.
Por outro lado, na pesquisa, as mulheres que seguiam uma dieta com maior quantidade de vegetais, fibras e frutas eram menos propensas a terem problemas com as noites mal-dormidas.
Planejar a hora de dormir
Na publicação ‘Dicas em Saúde: distúrbios do sono’, o Ministério da Saúde conta que nas pessoas que apresentam maior tendência à insônia, quando expostas a condições de estresse, doenças ou mudança de hábitos, desenvolvem pensamentos e planejamentos na hora de dormir; hiper atenção às preocupações e a fenômenos do ambiente, como ruídos, provocando uma supervalorização destes fatos, que retroalimenta a insônia(2).
“A prevalência destes eventos é maior em mulheres e indivíduos jovens, comparado aos idosos”, complementa Palombini. De acordo com a médica especialista, um dos maiores desafios é fazer as pessoas compreenderem que é fundamental promover mudanças de hábitos.
O Ministério da Saúde adverte que existe uma relação significativa entre duração curta do sono e o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC).
Ou seja, poucas horas de sono alteram o padrão dos hormônios que controlam a fome, baixando níveis de leptina (responsável por reduzir o apetite) e aumentando os níveis de grelina (que age estimulando o apetite).
Outro hormônio importante que aumenta sua produção, conforme anoitece, é a melatonina, alcançando seu pico máximo quando estamos dormindo no escuro.
A melatonina além de moduladora do sistema imune, possui efeito regenerador celular. Na insônia crônica com a interrupção substancial da produção de melatonina, que tem papel na regeneração de algumas classes de neurônios, pode ocorrer uma dificuldade de reabilitação de indivíduos afetados pelo Mal de Alzheimer ou por isquemia cerebral.
Agora, os cientistas buscam ampliar o foco do estudo para outros públicos para saber se a relação entre a alimentação e a insônia é a mesma. Vale destacar que a pesquisa em questão associou a insônia muito mais ao tipo de carboidrato consumido do que à quantidade de carboidrato consumida.
Não podemos esquecer que alimentos com carboidrato também podem ser ricos em vitaminas, minerais e outros nutrientes. Então, não devemos excluí-los da alimentação, mas sim realizarmos boas escolhas com auxílio dos profissionais de saúde. (Imagem: Internet).
Paloma Rodrigues
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