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DA REDAÇÃO – Um dia depois de mais uma escancarada e vergonhosa campanha eleitoral antecipada que é chamada de ‘Motociata” assim como os casos de corrupção são apelidados de ‘Rachadinha’, o jornal Folha de S. Paulo revela, em sua edição dominical, um dos principais estelionatos eleitorais do governo do presidente da República de extrema-direita Jair Bolsonaro que afirmava: “Acabou a mamata”.
Essas ‘Motociatas’ são pagas com dinheiro público. O ato de campanha antecipado realizado em São Paulo, por exemplo, custou R$ 1,2 milhões do dinheiro do contribuinte. Já os desfiles das ‘Marias Fumaças’, outro ato de campanha mal disfarçado produzido por Bolsonaro custou a bagatela de R$ 3,7 milhões do dinheiro dos brasileiros ou 16 mil auxílios-emergenciais.
O que se constata em quase três anos de um governo que não governou, só atacou as instituições visando corroer a democracia e vive em intensa campanha eleitoral é que a mamata não acabou. Ao contrário, cresceu de forma vertiginosa. Primeiro, com a tomada do governo por quase 10 mil militares ocupando cargos em toda a estrutura estatal. Depois, com o aluguel do governo para o Centrão.
Esses militares do Exército, Marinha e Aeronáutica comandam um terço das estatais brasileiras e estão recebendo salários brutos que variam de R$ 43 mil a R$ 260 mil. Os valores ficam acima do teto do funcionalismo público federal, de R$ 39,3 mil, que é o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
De 46 estatais com controle direto da União, 16 (34,8%) são presididas por oficiais de Exército, Marinha e Aeronáutica. A maioria deles está na reserva, e uma pequena parte está aposentada (reformada). E em 15 das 16 estatais há acúmulos de remunerações. O oficial recebe tanto o valor correspondente ao exercício militar quanto a remuneração paga pela estatal.
Uma única estatal informou ter aplicado um abate teto, com o objetivo de limitar os ganhos a R$ 39,3 mil: a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), responsável por 40 hospitais universitários federais e vinculada ao Ministério da Educação.
Os salários mais expressivos são pagos ao presidente da Petrobras, o general de Exército Joaquim Silva e Luna, que chegou ao cargo em abril deste ano, após uma intervenção de Jair Bolsonaro na estatal.
Por estar na reserva, no topo da hierarquia militar, Silva e Luna recebe R$ 32,2 mil brutos. Na Petrobras, conforme o formulário de referência divulgado pela estatal aos investidores, a remuneração média mensal chega a R$ 228,2 mil, levando em consideração ganhos fixos e variáveis referentes ao ano de 2020.
Na prática, os ganhos fixos representam uma remuneração mensal de R$ 83 mil ao presidente da estatal. Os variáveis ficam para o fim do ano. Para 2021, os ganhos variáveis previstos são maiores, em comparação com 2020, de acordo com o formulário. Somando todos os ganhos, o general ganharia pelo menos R$ 260,4 mil brutos por mês, incluída a remuneração de militar.
Militares e Centrão, aquele mesmo do general Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do inesquecível “se gritar pega Centrão...”, formam o eixo central da ‘nova política’ anunciada com pompa e arrogância por Bolsonaro em sua campanha e assimilada com devoção por seus seguidores que seguem acreditando na lorota patriota.
Como disse o jornalista do The Intercept Brasil, Leandro Demori, “o governo é militar, a gestão é militar, o desastre é militar, a incompetência é militar e a corrupção é militar”.
Infelizmente.
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