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DA REDAÇÃO - Eleito com o discurso da ‘nova política’ contra “tudo isso que está aí”, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) finalmente ‘saiu do armário’ nesta quinta-feira (22/7) e, para decepção dos seus fiéis seguidores, assumiu o que nunca foi segredo para quem acompanha a política com a mínima atenção: ele sempre foi do Centrão, que é o principal ícone do atraso da política brasileira e também do exército brasileiro de triste memória pelos 21 anos de ditadura militar.
Ao comentar a aproximação do governo federal com o Centrão, Bolsonaro defendeu o bloco e disse que ele mesmo já integrou legendas que compõem o grupo durante os mandatos na Câmara dos Deputados. O bloco é formado por partidos de centro e centro-direita e hoje constitui a base do governo no Congresso Nacional.
O chefe do Executivo nacional ainda justificou que, se não negociar com o Centrão, não consegue garantir governabilidade. “Não tenho como governar com um quinto da Câmara”, disse ele sobre os votos de parlamentares.
“Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, como o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado Centrão como algo pejorativo, algo danoso à nação. Não tem nada a ver, eu nasci de lá”, defendeu.
Durante a campanha eleitoral em 2018, em uma convenção do PSL que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República, o agora ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou uma paródia do samba “Reunião de Bacana (Se Gritar Pega Ladrão)”, do cantor Bezerra da Silva: “Se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão”, substituindo a palavra “ladrão”, da letra original, pelo nome dado ao bloco partidário.
Recentemente, Heleno disse ter mudado de opinião sobre o grupo.
“As coisas mudam”, diz Bolsonaro sobre Ciro chamá-lo de fascista
O presidente também comentou uma declaração do futuro ministro da Casa Civil, senador Ciro Nogueira (PP-PI), em que chama o chefe do Executivo federal de “fascista”. Segundo Bolsonaro, “as coisas mudam”.
“O Ciro, logicamente, vai nos ajudar. Tem vídeo correndo na internet, em que ele me chamou de fascista lá atrás. Sim, chamou. Tá certo? Chamou. As coisas mudam, tá? Eu tinha posições no passado que não assumo mais hoje. Mudei. Agora, nenhuma de forma radical”, disse o presidente durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
Tigrões para os mais fracos, tchutchucas com os mais fortes
Considerados uma base pequena, mas muito barulhenta, os fiéis seguidores do presidente Jair Bolsonaro em tese deveriam ser considerados Tigrões ao tirar diversos quadros de menor expressão do governo. Um dos casos mais simbólicos foi o da especialista em Segurança Pública, Ilona Szabó, nomeada para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária pelo então ministro da Justiça Sergio Moro. Ele foi obrigado a revogar sua nomeação por causa da reação da aguerrida militância bolsonarista que foi tigrona com Ilona e logrou êxito em sua ação.
Mais recentemente, a médica infectologista Luana Araújo, teve seu nome foi vetado para o cargo na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 apenas dez dias após sua nomeação. Ela foi derrubada pelos ‘tigrões’ seguidores de Bolsonaro por causa de postagens críticas ao governo por ser contra o tratamento precoce.
Já contra o senador Ciro Nogueira, que chamou o Bolsonaro de fascista em 2017, fez campanha para Fernando Haddad e votou nele em 2018, curiosamente a militância tigrona virou tchutchuca.
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