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O Rio de Janeiro não é apenas conhecido por suas paisagens deslumbrantes e cultura vibrante, mas também por sua crescente indústria de laticínios artesanais. Nos últimos anos, essa atividade tem experimentado um notável crescimento, e isso se deve, em parte, à busca crescente dos consumidores por produtos autênticos e de alta qualidade, bem como à valorização da produção local e ao resgate de métodos tradicionais. Esse movimento é impulsionado pelo interesse de grandes nomes na cena gastronômica, que valorizam a produção local e artesanal.
A produção de queijos no estado do Rio de Janeiro é diversificada e pode ser dividida em dois grupos principais: queijos frescos e queijos maturados. Os queijos frescos têm um sabor menos pronunciado, preservando o gosto de leite fresco e coalhada. Por outro lado, os queijos maturados, que descansam por períodos que variam de dias a meses, desenvolvem uma ampla gama de sabores e texturas. Quanto mais tempo um queijo matura, mais complexidade e nuances de sabor ele adquire.
A qualidade do leite é fundamental para a produção de queijos de alta qualidade. A matéria-prima, que pode ser cru ou pasteurizado, deve ser de boa qualidade e seguiu boas práticas de higiene e manejo com os animais. A complexidade do leite, relacionada à microbiota, também é crucial para criar queijos complexos e saborosos.
O processo de produção, fermentação e maturação desempenham um papel importante na definição do estilo de queijo produzido. A bactéria inicialmente utilizada no leite, o tipo de fermentação e o tempo de maturação são fatores críticos para a textura e o sabor do queijo.
Historicamente, os queijos no Brasil passaram por diferentes fases, desde o resgate de receitas tradicionais até a criação de versões locais de queijos clássicos europeus. Mais recentemente, há um esforço em andamento para desenvolver uma nova identidade na produção de queijos, representando uma culinária nacional única.
No Rio de Janeiro, atualmente, existem cerca de 200 agroindústrias dedicadas à produção artesanal de laticínios. Essas unidades desempenham um papel vital na economia local, gerando empregos e renda para comunidades rurais. Graças à sua ênfase na qualidade, sabor autêntico e técnicas de produção aprimoradas, os laticínios fluminenses têm chamado a atenção de mercados internacionais exigentes.
Dois casos de sucesso merecem destaque. A Queijaria Fazenda Boa Fé, localizada em Santa Maria Madalena, legalizada em 2005, conseguiu agregar valor aos seus queijos com investimentos no turismo rural. Por outro lado, o Capril Rancho Grande, produtor de queijos de leite de cabra em Nova Friburgo, conquistou a preferência dos consumidores com produtos de alta qualidade e participação em eventos importantes.
De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), as exportações de laticínios artesanais do Rio de Janeiro têm crescido a uma taxa média de 20% ao ano, atingindo consumidores na América do Sul, América do Norte e Europa, que valorizam a autenticidade e a produção sustentável.
Com o apoio do Governo do Estado e investimentos em tecnologia e capacitação, o setor de agronegócio queijeiro está se tornando uma indústria em crescimento, oferecendo oportunidades promissoras para agricultores e empresários.
Na região do Vale do Café, a criação do Arranjo Produtivo Local (APL) do Queijo Artesanal está atraindo investidores, fortalecendo o comércio local e promovendo o turismo rural. Além disso, está em andamento o processo de requerimento da Identidade Geográfica da Região, consolidando a exclusividade de seus produtos.
A produção artesanal de laticínios no estado do Rio de Janeiro é um exemplo de como a tradição e a inovação podem coexistir. Com uma produção em ascensão, a indústria de laticínios artesanais fluminense não apenas contribui para a economia local, mas também reafirma o potencial e a excelência dos produtores. Esta tendência promissora abre caminho para um futuro ainda mais brilhante, oferecendo oportunidades para investidores e empreendedores interessados em fazer parte desse sucesso.
Patrícia Barreto, Edinaldo Vasconcellos e Karina
Gilmar Carino e Cláudia Helena Carino
Por Jéssica Porto e Robson Talber
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