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REDAÇÃO - Apoiador de primeira hora da ideia de fechamento do regime para implantar uma ditadura, o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, segue alinhado aos princípios do mandatário do executivo e seus apoiadores. Mamata e corrupção só existiam nos governos passados.
Na atual gestão o que existe é ‘comissionamento’, ‘outras remunerações’, ‘contextos’ e ‘narrativas’.
Além dos habituais R$ 30,9 mil de salário, o general obteve R$ 91 mil de “outras remunerações eventuais”. Questionado, o Ministério da Defesa afirmou que esses valores são uma parcela do 13º salário e pagamentos retroativos desde que o governo Bolsonaro liberou a remuneração acima do teto salarial no fim de abril, informa Guilherme Amado, do Metrópoles.
Essa nova regra beneficia servidores aposentados e militares reservistas, como Braga Netto e o próprio Jair Bolsonaro.
Em agosto do ano passado o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o teto constitucional para remuneração no serviço público incide sobre a soma de aposentadoria e pensão por morte recebidos pelos servidores públicos. Com a decisão, o valor dos ganhos não pode ultrapassar R$ 39,2 mil, valor do salário dos ministros da Corte, que foi definido pela Constituição como teto.
Embora o general esteja no topo do funcionalismo público, na política, onde os militares jamais deveriam ter retornado, ele segue ladeira abaixo.
Depois de tornado público o recado que o ministro Braga Netto mandou ao presidente da Câmara, Arthur Lira sobre a adoção do voto impresso no país só piorou a situação do governo no Congresso Nacional.
Na comissão especial que irá votar essa emenda constitucional o clima na oposição é de maior indignação. O Palácio do Planalto não tem voto suficiente para aprovar o relatório de Filipe Barros (PSL-PR), a favor do voto auditável. Hoje, há uma maioria de 22 votos contrários a seu texto. Os outros 12 titulares do colegiado apoiam a PEC.
O militar afirmou que a discussão sobre o voto impresso está na sociedade e é legítimo debatê-lo. A oposição enxerga na nota divulgada por Braga Netto como uma interferência indevida e um apoio do ministro à tese de Jair Bolsonaro de que, sem voto impresso, as eleições de 2022 será uma fraude. “Repercutiu muito mal a desastrada declaração (de Braga Netto). Antes dela, a situação já era difícil para o governo. Agora, piorou consideravelmente”, afirmou deputado Fábio Trad (PSD-MS), titular da comissão.
O presidente do Solidariedade, Paulinho Pereira (SP), que é deputado e suplente na comissão, também criticou o posicionamento do ministro da Defesa. O parlamentar é contra a adoção do voto impresso e integra o grupo de 11 dirigentes partidários que se manifestaram conjuntamente contrários à PEC que tramita na Câmara.
“Acho que o general Braga Netto nos ajudou bastante. Na medida que ele fala contra nós, acaba é nos ajudando. Até havia, por parte da sociedade, dúvidas sobre a razão de não ter o voto impresso. Tínhamos que explicar, porque vai gerar compra de voto e tumultuar a eleição. Mas, agora, com a manifestação do general, o entendimento é outro. Com essa ingerência do governo, em especial dos militares, muita gente se posiciona contra”, disse. (Com DCM, Metrópoles e O Globo)
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