Acuado, Bolsonaro nega ao TSE ter feito ataques à segurança das urnas, mas defende auditoria

Em mensagem ao TSE, Jair Bolsonaro negou ter feito ataques às urnas e afirmou defender "a necessidade de robustecer ainda mais o sistema eletrônico de votação com alguma medida física de auditagem imediata pelo eleitor"

Jair Bolsonaro negou em documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter feito ataques à segurança das urnas eletrônicas, mas disse que defende um sistema "aprimorado". O órgão havia decidido por unanimidade abrir um inquérito administrativo contra Bolsonaro por causa dos questionamentos sem provas à confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. O TSE também estaria pretendendo enviar ao Supremo Tribunal Federal um inquérito para investigá-lo por fake news sobre a contabilidade dos resultados de eleições realizadas no Brasil. O teor do documento enviado ao TSE foi publicado pela coluna de Carla Araújo, no portal Uol. 

Ao escrever para o tribunal, Bolsonaro disse que "não se está a atacar propriamente a segurança das urnas eletrônicas, mas, sim, a necessidade de se viabilizar uma efetiva auditagem". "Na realidade, é em nome da maior fiabilidade do sufrágio que há muito se tem defendido a necessidade de robustecer ainda mais o sistema eletrônico de votação com alguma medida física de auditagem imediata pelo eleitor, tão logo esse deposite o seu voto na urna e, se for o caso, mais tarde pela própria Justiça Eleitoral", escreveu ele ao TSE.

O posicionamento por escrito de Bolsonaro foi uma resposta ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro Luís Felipe Salomão, que havia dado a ele o prazo de 15 dias para a apresentação de provas sobre supostas fraudes nas urnas. No despacho que pediu explicações sobre as alegações de fraude, no dia 21 de junho, Salomão havia cobrado evidências ou informações "relativas à ocorrência de eventuais fraudes inconformidades em eleições anteriores". Mas Bolsonaro não apresentou essas evidências.

Os questionamentos de Bolsonaro ao sistema eleitoral são parte de uma estratégia da direita de colocar em xeque a confiabilidade das urnas quando pesquisas são desfavoráveis a algum pré-candidato ou candidato deste campo ideológico, como, por exemplo, o que aconteceu com Donald Trump nos Estados Unidos, ao perceber que seria derrotado - e foi, ao perder para Joe Biden.

No Brasil, os levantamentos não têm sido favoráveis a Bolsonaro. Nesta quarta-feira (4), por exemplo, a pesquisa Quaest Consultoria apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança isolada, com 46% dos votos na simulação de primeiro turno. Jair Bolsonaro apareceu na segunda posição, com 29%, seguido pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 12%. Em simulação de segundo turno, o petista alcançou 54% contra 33%.

De acordo com as estatísticas, a desaprovação do governo é de 56% e 66% dos entrevistados afirmaram desaprovar o comportamento de Bolsonaro. (Com Brasil247)

Por Jornal da República em 04/08/2021
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