AGETRANSP, CADÊ VOCÊ? SUPERVIA, a vilã do transporte ferroviário em Duque de Caxias

COMITÊ POR UM TREM MOVIMENTO DENUNCIA CAOS NA ESTAÇÃO DE MORABI

ESTAÇÃO DE MORABI: UM RETRATO DO DESCASO COM O TRANSPORTE FERROVIÁRIO NA BAIXADA FLUMINENSE

Passageiros enfrentam lixo, infraestrutura precária e intervalos irregulares na estação de trem de Duque de Caxias

"O trem é o meio de transporte das classes populares. É o povo que anda de trem, é o povo que sofre com o trem." A frase do saudoso jornalista e escritor Stanislaw Ponte Preta parece ter sido escrita sob medida para a realidade da estação de trem de Morabi, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Como mostram as imagens e relatos compartilhados nas redes sociais, a situação da estação é crítica e representa um verdadeiro descaso com os passageiros da região.

Lixo espalhado por todos os lados, trilhos em péssimas condições, infraestrutura precária e intervalos irregulares entre as composições. Esse é o cenário desolador que os usuários da estação de Morabi precisam enfrentar diariamente. "Vamos esperar mais de uma hora o trem passar aqui, então essa que é a realidade do povo daqui de cima", desabafa um passageiro no vídeo.

O descaso da Supervia, concessionária responsável pela operação dos trens, é evidente. "Esse é o desrespeito que a Supervia tem com a população", denuncia outro usuário. E completa: "Eu gostaria que o governador viesse aqui para ver essas condições, queria que a agência que é de fiscalização entendesse a AGETRANSP, por que que não tá aqui tá vendo essa realidade que tá aqui".

De fato, onde estão os órgãos fiscalizadores? A AGETRANSP, Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, parece estar de olhos fechados para a situação. "Só sabe dizer que multa, multa, mas o que acontece? Nada", critica o passageiro.

Passageiros de Morabi clamam por fiscalização

Mas a luta por um transporte digno não para. O Comitê por um Trem Movimento, responsável pela inspeção na estação, reafirma seu compromisso de continuar denunciando as péssimas condições e cobrando providências. "Essa que é a realidade que a gente tá vendo, por isso que a gente tá fazendo essa inspeção, vamos continuar cobrando", afirma um representante do comitê.

Entre as reivindicações, está a implantação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) na região, uma alternativa mais moderna e eficiente. Mas, enquanto isso não acontece, a população segue refém de um sistema sucateado, que coloca em risco a segurança dos passageiros. "Olha os dormentes, todo podre, botando em risco a segurança da população. A qualquer momento pode dar um grande acidente", alerta outro usuário.

A situação da estação de Morabi é um triste retrato do descaso com o transporte ferroviário na Baixada Fluminense e um alerta para a necessidade urgente de investimentos e melhorias. Afinal, como bem disse o poeta Ferreira Gullar, "a vida não é brincadeira, amigo, a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". E, no caso dos passageiros de Morabi, o encontro diário é com o descaso e o desrespeito. Até quando?

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Por Jornal da República em 05/08/2024
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