AGU entra com ação no STF para preservar voto da União na Eletrobras entregue por Bolsonaro

Ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, confirmou pelas redes sociais que ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF para

AGU entra com ação no STF para preservar voto da União na Eletrobras entregue por Bolsonaro

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, informou, em postagem nas redes sociais nesta sexta-feira (5/5), que protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para “resguardar o direito proporcional de voto da União” na Eletrobras.

"O poder público possui quase 43% das ações ordinárias, mas só pode exercer votos até o limite de dez por cento do capital votante da companhia. Estamos confiantes de que a Corte devolverá à União a prerrogativa de exercício pleno de seus direitos políticos nessa gigante do setor elétrico nacional", completou Messias.

A Eletrobras foi capitalizada em 2022, no último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma operação em que a União deixou de ser o acionista majoritário. 

A ação ajuizada pela AGU, também assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicita à Corte Suprema que dê interpretação à norma para afastar a regra nela expressa, na parte relativa à União, que proíbe que acionista ou grupo de acionistas exerçam votos em número superior a dez por cento da quantidade de ações em que se dividir o capital votante da empresa. “Esse entendimento valeria apenas no caso de acionistas com essa posição antes do processo de desestatização”, destacou nota da pasta.

De acordo com a AGU, a vedação consta no artigo 3º, inciso III, alíneas “a” e “b” da Lei de Desestatização da Eletrobras. “De acordo com os fundamentos da ação, a aplicação imediata desses dispositivos às ações detidas antes do processo de desestatização representa grave lesão ao patrimônio e ao interesse públicos. Isso porque a União, mesmo após a desestatização da companhia, ocorrida em 2022, embora continue a ser sua maior acionista, teve seus direitos políticos drasticamente reduzidos por medida ‘injustificável do ponto de vista jurídico-constitucional’”, acrescentou.

O comunicado informou ainda que, segundo informações constantes da ação, com a privatização da Eletrobras, “houve uma operação de aumento de capital da empresa por meio de oferta pública de ações na Bolsa de Valores”. “A União manteve cerca de 43% das ações ordinárias (considerado o controle direto e outras formas de participação). No entanto, pela regra imposta pela Lei de Desestatização, teve seu poder de voto reduzido a menos de dez por cento do capital votante”, completou. (Do Correio Braziliense)

 

Por Jornal da República em 05/05/2023
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