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Cedae na berlinda: Estatal fluminense desembolsa R$ 8,4 milhões em serviços essenciais sem licitação, levantando questões sobre gestão e transparência
A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) encontra-se no centro de uma polêmica que levanta sérias questões sobre gestão pública, planejamento e uso de recursos. Um atraso na conclusão de um processo licitatório levou a empresa a gastar R$ 8,4 milhões sem a devida cobertura contratual, uma situação que acende um alerta vermelho para a administração pública fluminense.
De acordo com informações publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE), a Cedae firmou dois Termos de Ajuste de Contas e Quitação com a empresa Chison Empreendimentos Imobiliários, nos valores de R$ 4,1 milhões e R$ 4,3 milhões, totalizando R$ 8,4 milhões. Estes termos foram necessários devido à expiração do contrato original em julho de 2024, sem que uma nova licitação tivesse sido concluída a tempo.
O contrato em questão abrange serviços essenciais e contínuos, incluindo:
A Cedae justifica a continuidade dos serviços sem contrato válido alegando que estes "possuem natureza essencial e contínua, sendo impossível efetuar a sua interrupção". A companhia se comprometeu a realizar o pagamento referente à prestação do serviço sem cobertura contratual em até 30 dias.
Esta situação levanta várias questões preocupantes:
Planejamento Inadequado: Por que a licitação não foi iniciada com antecedência suficiente para evitar esta situação?
Gestão de Contratos: Qual é o processo de acompanhamento e renovação de contratos na Cedae?
Transparência: Como a empresa justifica perante os órgãos de controle e a sociedade este gasto sem licitação?
Eficiência Administrativa: Que medidas estão sendo tomadas para evitar a recorrência deste tipo de situação?
Impacto Financeiro: Qual é o custo adicional para o erário público devido a esta forma de contratação emergencial?
Além disso, em um movimento separado mas igualmente questionável, a Cedae firmou um contrato de R$ 29,6 milhões, também sem licitação, para a realização de um inventário de bens. Esta sequência de contratações sem o devido processo licitatório levanta sérias preocupações sobre a gestão da companhia e o uso dos recursos públicos.
Especialistas em administração pública e direito administrativo alertam para os riscos associados a este tipo de prática:
A situação da Cedae serve como um alerta para outras empresas públicas e órgãos da administração sobre a importância do planejamento adequado e da gestão eficiente de contratos. É fundamental que os órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, investiguem a fundo estas ocorrências para garantir que os princípios da administração pública, como legalidade, impessoalidade e eficiência, estejam sendo respeitados.
Para a população do Rio de Janeiro, que depende dos serviços da Cedae, é crucial que a empresa opere com máxima eficiência e transparência. A continuidade dos serviços essenciais é importante, mas não pode ser usada como justificativa para contornar processos licitatórios e potencialmente onerar os cofres públicos.
Trecho do termo e o extratos dos contratos – Foto: Reprodução
Com informações Tempo real
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