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Em um momento crucial para as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), fez uma defesa enfática do país, argumentando que o Brasil não representa um "problema" para a economia norte-americana. A declaração, proferida nesta segunda-feira, 10 de março de 2025, tem como objetivo principal reverter as tarifas comerciais impostas pelo governo dos EUA, fortalecer a parceria bilateral e abrir novas frentes de cooperação em áreas estratégicas como tecnologia e energia renovável.
Alckmin enfatizou que, ao contrário de outros países com os quais os Estados Unidos mantêm um déficit comercial significativo, o Brasil apresenta uma relação superavitária para os norte-americanos. Isso significa que os Estados Unidos exportam mais bens e serviços para o Brasil do que importam, gerando um saldo positivo em sua trade balance. "Os Estados Unidos têm um grande déficit na balança comercial, importam mais do que exportam." Mas esse não é o caso do Brasil. Com o Brasil, os Estados Unidos têm superávit comercial tanto na balança de bens quanto na de serviços. "O Brasil não é problema", declarou Alckmin, buscando dissipar quaisquer percepções negativas sobre o impacto do Brasil na economia dos EUA e ressaltando que essa situação favorece a geração de empregos e o crescimento econômico nos EUA.
Para ilustrar, Alckmin mencionou que setores como o de software e serviços de tecnologia americanos têm encontrado no Brasil um mercado consumidor crescente, impulsionado pela transformação digital em curso no país. Além disso, a exportação de maquinário agrícola e equipamentos industriais dos EUA para o Brasil contribui significativamente para o superávit comercial americano.
A estratégia de Alckmin visa sensibilizar o governo norte-americano para a importância de uma relação comercial mais equilibrada e justa, que reconheça os benefícios mútuos da parceria. Ao destacar o superávit comercial dos EUA com o Brasil, o vice-presidente busca desmistificar a ideia de que o país representa uma ameaça à economia norte-americana e, assim, abrir caminho para a revisão das tarifas impostas. A imposição de tarifas sobre produtos brasileiros, como aço e alumínio, tem gerado preocupação em diversos setores da economia, impactando a competitividade das empresas e o fluxo de comércio entre os dois países. Ele também mencionou que essas tarifas podem levar a medidas retaliatórias por parte do Brasil, prejudicando ainda mais as relações comerciais.
Alckmin também abordou a importância de se considerar a cadeia de suprimentos global, argumentando que muitas empresas americanas utilizam o Brasil como base para produção e exportação, o que indiretamente contribui para a economia dos EUA. Ele citou o exemplo da indústria automotiva, onde montadoras americanas instaladas no Brasil exportam veículos e componentes para outros países da América Latina, gerando receita e empregos nos Estados Unidos.
A defesa de Alckmin ocorre em um contexto de tensões comerciais globais, com diversos países buscando renegociar acordos e tarifas para proteger suas economias. No caso do Brasil, a busca por um acordo comercial mais favorável com os Estados Unidos é vista como uma prioridade para impulsionar o crescimento econômico e a geração de empregos. O governo brasileiro tem adotado uma postura proativa, buscando o diálogo e a negociação para construir uma relação comercial mais sólida e benéfica para ambos os países. Além disso, o governo brasileiro tem investido em trade comerciais e roadshows nos Estados Unidos para promover produtos e serviços brasileiros e atrair investimentos americanos.
A declaração de Alckmin reflete a determinação do governo brasileiro em defender os interesses do país e promover uma agenda de comércio exterior que impulsione o desenvolvimento econômico e a integração com a economia global. A expectativa é que o diálogo com o governo norte-americano continue a avançar, buscando soluções que beneficiem ambos os países e fortaleçam a parceria bilateral. O governo brasileiro também está explorando a possibilidade de firmar acordos setoriais com os Estados Unidos, em áreas como agricultura, tecnologia e energia, para aprofundar a cooperação econômica e facilitar o comércio.
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