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Comissão da Casa pretende realizar audiências públicas itinerantes sobre o tema nos municípios fluminenses com maior número de dependentes químicos.
A Comissão de Prevenção ao Uso de Drogas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou audiência pública, nesta quarta-feira (31/05), para debater políticas de combate aos canabinoides sintéticos. Durante o debate, o presidente do colegiado, deputado Danniel Librelon (REP), afirmou que pretende realizar audiências itinerantes nos municípios do Rio que tenham altos índices de pessoas dependentes químicas.
“Queremos conscientizar a população principalmente nos municípios onde há muitas pessoas usuárias dessas drogas sintéticas, como as cidades de São João de Meriti, São Gonçalo e Queimados. A nossa finalidade é trazer o Poder Executivo, o Tribunal de Justiça, especialistas sobre o assunto para que possamos pensar em políticas de proteção à população fluminense”, explicou Librelon.
O deputado Rodrigo Amorim (PTB) ressaltou a importância de combater a utilização de drogas principalmente por crianças e adolescentes, além da regulamentação e fiscalização do uso medicamentoso do canabidiol. “Precisamos impedir a banalização do consumo de drogas pela juventude, ao lado das forças de segurança pública. A discussão desses temas é muito importante. Não somos contra a utilização medicamentosa das substâncias, mas é necessário um controle do Estado”, ponderou.
Também presente na reunião, o deputado Fred Pacheco (PMN) destacou o papel das comunidades terapêuticas no acolhimento e tratamento de usuários de drogas. “Comunidades terapêuticas salvam vidas. Além dos riscos de doenças, muitas pessoas acabam com a dignidade de suas famílias. Queremos lutar pela vida e pelo cidadão, para que o Rio possa voltar a se desenvolver”, declarou o parlamentar.
No decorrer da reunião, o psiquiatra Marcelo Ribeiro, que é especialista em dependência química, disse que os canabinoides sintéticos começaram a ser produzidos na Europa nos anos 2000. A produção das chamadas “novas drogas psicoativas” começou de forma artesanal, mas atingiu uma escala industrial, passando a serem fabricadas em laboratórios clandestinos. Com a mudança da padronização das moléculas dos princípios ativos, a substância deixa de ter o padrão previsto pelos controles internacionais de saúde pública.
Ribeiro apontou, ainda, que mais de 100 mil mortes foram causadas pelos opioides nos Estados Unidos nos últimos dois anos. “Muitas pessoas desenvolvem complicações na saúde mental como ansiedade, pânico, confusão, paranoia, inquietação e irritação. Os americanos e canadenses estão distribuindo antígeno, porque os opioides têm uma capacidade muito grande de causar overdose”, comentou.
O subsecretário adjunto de Cuidados Especiais da Secretaria de Estado da Casa Civil, Guilherme Bussinger, frisou que o Poder Executivo tem prestado muita atenção ao tema. “Ficamos muito perplexos com a velocidade que essas substâncias chegaram ao nosso Estado, aos presídios do Rio de Janeiro. Mas temos colocado nossos esforços nesse assunto, sendo essencial que as pessoas tenham consciência de que droga não é brincadeira”, observou Bussinger.
A subsecretária de Prevenção à Dependência Química da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Marileia de Paula, chamou atenção para a necessidade de políticas de proteção à criança e ao adolescente, e para a criação de uma política de prevenção ao uso de drogas nos municípios.
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