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Manobra econômica
A ampliação do grupo Brics para a entrada de seis países, com 99% de membros do Oriente, não foi bem aceita por estes lados e por economistas e especialistas de várias vertentes e pensamentos. O sentimento é que nessa mexida do tabuleiro quem se deu mal foi o Brasil.
Trampolim
Consultado pela Coluna, o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), José Luís Oreiro, afirmou que a adesão destes países ao Brics é uma "clara tentativa da China de contra-atacar os Estados Unidos e a União Europeia" nesta briga econômica que vem sendo travada entre as partes nos últimos anos. Os seis países que receberam o aval do Brics para fazer parte deste bloco econômico a partir de 2024 são: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e o Irã.
Força duvidosa
Em entrevista publicada pelo Estadão, o economista Jim O'neill, que criou a nomenclatura Brics, chegou a ironizar que este bloco econômico "quase acabou". Para Oreiro, está clara a manobra da China em atrair esses países sob sua órbita de influência para tentar neutralizar a política "Biden-Macron", se referindo aos presidentes dos Estados Unidos e França.
Perda de influência
E nesse movimento, José Luis Oreiro vê com a apreensão o assento do Brasil no bloco. "Eu não vejo essa ampliação do Brics como algo positivo para o Brasil", disse à Coluna. Para o economista, o Brasil e a América Latina em geral têm perdido importância econômica no mundo devido à desindustrialização prematura e a estagnação da última década. Segundo Oreiro, hoje o Brasil tem muito menos importância dentro do bloco do que tinha em 2010, quando a África do Sul passou a fazer parte do Brics. Os outros países que compõem essa comunidade são: Rússia e Índia, além da China.
Perigo
Oreiro, que está entre os 100 melhores economistas da América Latina de acordo com o ranking AD Scientific Index, alerta que, com essa nova composição com 11 países no Brics, a influência do Brasil se dilui e, pior, o país fica associado com países autoritários, como Irã e Arábia Saudita. "Na verdade, o Brasil pode até tá queimando pontes com os Estados Unidos e Europa. A melhor posição do Brasil poderia assumir seria a neutralidade. Temo que a gente esteja ficando numa posição mais próxima à China e longe demais dos Estados Unidos. Não é uma posição equilibrada". O mesmo pensamento é compartilhado por Jim O'neill, que se disse surpreso com o aceite do Brasil às novas adesões.
Mais um Bolsonaro
O filho 04 do ex-presidente Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro, foi alvo nesta quinta-feira, 24, de operação da Polícia Civil do Distrito Federal. Ele é investigado num megaesquema de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O principal alvo é seu instrutor de tiro, Maciel Alves de Carvalho, apontado como o "cabeça" do esquema de corrupção. O irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa de Jair Renan e disse que ele não tem "onde cair morto".
De novo
Mauro Cid, o Tenente-Coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, vai depor novamente na CPI mista dos Atos Antidemocráticos, no Senado. Sua reconvocação foi aprovada na sessão da comissão desta quinta, 24. O colegiado também aprovou a quebra dos sigilos fiscal, telefônico e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ela foi denunciada pelo hacker Walter Delgatti de ter recebido um pagamento no valor de R$ 40 mil para que ele invadisse as plataformas digitais da Justiça brasileira.
Pauta
Em reunião de líderes, hoje, na Câmara dos Deputados, o presidente da casa, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), decidiu que vão votar a urgência na tramitação do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos para alguns setores da economia. Essa votação está agendada para a próxima terça-feira, 29.
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