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Representantes da Rússia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se reuniram nesta quarta-feira (12/01) em Bruxelas, na Bélgica, com o objetivo de debater as propostas de segurança que incluem a expansão da aliança militar composta por países da Europa e da América do Norte em sua maioria para o leste.
Moscou critica o que o vice-chanceler russo Alexander Grushko chamou de "constante expansão da Otan em direção à Rússia" nas últimas duas décadas, sendo, segundo ele, um dos fatores que estariam degradando a segurança europeia.
Grushko destacou que há 25 anos só havia um país fronteiriço com a Rússia que integrava a Otan e, agora, são “muitos". Para o enviado de Vladimir Putin, as regiões que fazem fronteira com o território russo “estão sendo usados abertamente para projetar poder contra a Rússia de várias localizações geográficas”.
Essa situação, de acordo com o vice-chanceler, “piora seriamente nossa segurança e cria riscos inaceitáveis”, deixando Moscou sem escolha “a não ser implementar uma política de contra contenção e contra intimidação”. “A Rússia não é a favor de tal cenário”, prosseguiu Grushko, afirmando que, no entanto, a aliança militar dedica “recursos colossais” para conter o governo russo, sem esconder que esse é o principal objetivo da Otan.
O vice-ministro disse ainda que não há uma “agenda unificada e positiva” entre as partes, mas sublinhou que as propostas de segurança apresentadas pela Rússia tem a finalidade de "melhorar não só a segurança militar da Federação Russa, mas também a segurança dos próprios países da Otan".
Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, falou em "risco sério de conflito armado na Europa", destacando o "direito dos países de escolherem o próprio caminho e o direito dos membros da aliança de fazer uma defesa recíproca".
Ele afirmou que existem “sérias divergências” com o governo russo sobre questões de segurança europeia e a situação na Ucrânia, mas que “é um sinal positivo que todos os aliados se sentaram à mesma mesa e se ocuparam realmente disso". Porém, Stoltenberg disse que a aliança rejeitou as propostas russas de não expansão e não militarização de seus membros recentes;
A vice-secretária de Estado norte-americana, Wendy Sherman, por sua vez, disse que "cada país tem o direito soberano de escolher a própria estrada".
A reunião durou cerca de quatro horas. A Ucrânia voltará a ser discutida pelo conselho permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, em Viena, nesta quinta-feira (13/01).
Diálogo Rússia e EUA
Ainda nesta segunda-feira (10/01), a Rússia também manteve diálogos com uma delegação norte-americana em Genebra, na Suíça.
A Otan e a necessidade de garantias legais de sua não expansão foram temas discutidos na ocasião, assim como a necessidade de “garantir que a Ucrânia nunca se torne membro" da aliança, nas palavras do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Riabkov.
Já Sherman, que presidiu a delegação dos EUA na segunda, disse que o país está firme “em rejeitar as propostas de segurança que são simplesmente inaceitáveis para os Estados Unidos".
(*) Com Ansa, RT e Sputnik News.
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