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A Argentina anunciou sua adesão à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa liderada pelo Brasil durante sua presidência do G20. A decisão veio após um período de hesitação que colocou o país em uma posição isolada entre os 19 membros do grupo. Inicialmente, a ausência da Argentina na lista de signatários foi interpretada como um sinal de distanciamento político entre o presidente argentino Javier Milei e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A aliança, que reúne 81 países, busca soluções globais para erradicar a fome e a pobreza, temas que ganharam destaque nas agendas de cooperação internacional. A adesão da Argentina foi concluída após negociações e reavaliações internacionais, marcando um movimento de maior aproximação com os demais membros do G20, pelo menos nesse tema específico.
Apesar do gesto de apoio à aliança, fontes próximas às negociações indicam que a Argentina continuará a adotar uma postura crítica em outros temas prioritários do G20. O país já sinalizou resistência em relação aos pontos da declaração final dos chefes de Estado, especialmente nas áreas de mudanças climáticas, igualdade de gênero, tributação de grandes fortunas e questões geopolíticas.
A atitude de Javier Milei reflete seu discurso liberal e crítico ao que ele chama de “pautas progressistas”, que, segundo ele, contrariam os interesses argentinos em um momento de crise econômica e instabilidade política. Ainda assim, os analistas consideram que a entrada na Aliança Global contra a Fome foi uma decisão estratégica para evitar um isolamento diplomático completo no contexto do G20.
Impacto Regional e Repercussão Internacional
A adesão da Argentina pode ser vista como um esforço para manter sua relevância nos debates globais, enquanto busca fortalecer a cooperação com os vizinhos sul-americanos. Por outro lado, as divergências em outras áreas do G20 destacam os desafios de se alcançar consenso em um fórum tão diverso.
O presidente Lula, que colocou o combate à fome e à pobreza como prioridades de sua gestão no G20, celebrou a ampliação da aliança, mas manteve um tom cauteloso ao comentar as negociações em curso. “A unidade no combate à fome é essencial, mas precisamos de convergência em outros temas igualmente importantes para garantir um futuro sustentável para todos”, afirmou.
Enquanto o G20 avança em sua agenda, a adesão argentina à aliança é um passo simbólico, mas não suficiente para superar as tensões que continuam a marcar as relações entre os dois países e dentro do grupo. O desfecho das negociações e os próximos passos da presidência brasileira no G20 serão cruciais para determinar o impacto dessa iniciativa no cenário global.
Fonte: Brasil247
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