ASSISTA: Os Deputado das Sirenes, se envolvem em atropelamento de guardas municipais no BRT da Av. Brasil

'Eu uso a sirene porque eu tenho a necessidade de usar, porque se eu não fizer, eu não consigo chegar na Alerj nos horários para que eu cumpra meu dever de parlamentar'

Dois funcionários da Guarda Municipal do Rio foram atingidos por veículos oficiais ligados à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) enquanto estavam em patrulhamento na faixa seletiva do corredor Transbrasil, perto da estação Vigário Geral, nesta sexta-feira (15).

Os agentes do programa BRT Seguro, da Prefeitura do Rio, foram atropelados por um carro preto da marca Toyota Corolla, que fazia parte de um comboio de quatro veículos destinados aos deputados estaduais Val do Ceasa, do PRD (Partido Renovação Democrática), Valdecy da Saúde e Deodalto, ambos do PL (Partido Liberal).

Segundo relatos dos guardas, os carros envolvidos no acidente estavam sendo conduzidos pelos seguranças dos parlamentares, que deixaram o local sem prestar socorro.

O caso foi registrado na 38ª Delegacia de Polícia de Brás de Pina durante a tarde. Segundo os guardas municipais, eles observaram quatro veículos oficiais transitando irregularmente na via exclusiva do BRT.

O primeiro carro atingiu uma motocicleta do programa, resultando na queda de dois motociclistas. Um terceiro motociclista do BRT Seguro, que seguia atrás, conseguiu alcançar o comboio e percebeu que os ocupantes eram seguranças dos deputados estaduais.

A secretaria de Ordem Pública do Rio (Seop) considerou a ação grave, uma vez que a circulação de carros com placas especiais da Alerj não é permitida na faixa exclusiva para ônibus.

Os guardas municipais foram socorridos e levados ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Oeste do Rio, onde receberam tratamento para ferimentos leves nos braços, pernas e mãos. Em comunicado, a Polícia Civil informou que está realizando diligências para apurar todos os fatos e esclarecer a situação, com a investigação em curso.

A defesa do deputado Val do Ceasa afirmou que acompanhou o incidente com seriedade e total atenção. O motorista do veículo explicou às autoridades policiais que não percebeu o leve choque com a motocicleta, principalmente devido ao fato do carro ser blindado.

O deputado Valdecy da Saúde não estava presente no veículo envolvido no incidente, que era utilizado pela equipe de segurança dele. O deputado Deodalto negou estar no local do acidente e declarou que, no momento da ocorrência, estava em Paracambi. O deputado Valdecy da Saúde não comentou o ocorrido.

O caso foi registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. A polícia está investigando se houve omissão de socorro por parte dos condutores, e afirma que apenas um dos carros atropelou os agentes.

Com informações de O Globo.

REDE GLOBO JÁ HAVIA FEITO ALERTA DO PERIGO EM SETEMBRO DE 2023.

Na rua primeiro de março, o RJ2 encontrou exemplos de carros oficiais da Alerj que andam com a sirene ligada. Quem usava os veículos - um branco, de membro de comissão, e um preto, da mesa diretora, é o deputado Valdecy da Saúde, do Partido Liberal (PL).

A reportagem flagrou o momento que, de sirene ligada, os carros do deputado não deram passagem para uma ambulância. Os veículos também foram filmados andando pela pista do VLT e, na entrada da Ponte Rio Niterói, usando a sirene para fugir do engarrafamento.

Valdecy afirma que pode entrar com um projeto de lei para que o uso da sirene pelos deputados seja legalizado.

“Eu não me atentei sobre a ambulância, pode ter acontecido, não tive o dolo, a maldade, de privar a ambulância de passar pelo VLT ou pelo BRT. Agora, enquanto parlamentar da Alerj, vou continuar usando sim a sirene, a placa. Se não é uma prerrogativa nossa, a gente vai fazer com que se cumpra aqui, que a gente crie um projeto de lei pra gente fazer de forma legal o usar a sirene, o giroflex e placa”

Questionado o motivo do uso, o deputado afirmou que usa a sirene para chegar nos horários:

“Eu uso a sirene porque eu tenho a necessidade de usar, porque se eu não fizer, eu não consigo chegar na Alerj nos horários para que eu cumpra meu dever de parlamentar', disse ele.

A equipe do RJ2 questiona, então, por que o deputado não sai mais cedo, para não ter que usar a sirene de forma ilegal.

"Porque talvez, eu como parlamentar, assim como centenas de milhares de pessoas, possa não chegar no horário e os outros que não estão no mandato parlamentar podem ter uma justificativa para que não percam seus empregos. E eu não posso perder a oportunidade de estar aqui toda terça, quarta e quinta no meu horário, às 15h, para poder votar meus projetos que vao de encontro a qualidade de vida das pessoas", justificou.

Com informações G1

Por Jornal da República em 15/03/2024
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