Badminton do Brasil surgiu em projetos sociais do Rio de Janeiro

Os dois representantes do Brasil no badminton nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Ygor Coelho e Fabiana da Silva, cresceram no esporte em projetos sociais do Rio de Janeiro

Badminton do Brasil surgiu em projetos sociais do Rio de Janeiro

DA REDAÇÃO - Em um país que nos últimos anos passou a criminalizar a ideia de justiça social, onde um dos discursos mais potentes e que convenceu boa parte da população era a de que “projeto social e ONG é coisa de vagabundo que quer mamar nas tetas do estado”, nosso Badminton em Tóquio é a prova contrária irrefutável de mais uma das inúmeras mentiras repetidas mil vezes que às vezes colam no imaginário social como verdade.

Ygor Coelho e Fabiana da Silva cresceram no esporte em projetos sociais do Rio de Janeiro. Ygor foi o primeiro brasileiro a conquistar uma vitória em uma partida de badminton em Jogos Olímpicos. O atleta começou no esporte na Associação Miratus, ONG criada por seu pai na comunidade da Chacrinha, na zona oeste do Rio.

“É histórico pro meu pais. Eu estou muito feliz, mas eu ainda quero mais. Eu sou jovem. Nesses últimos cinco anos eu agradeço ao Comitê Olímpico do Brasil por ter me dado uma treinadora, por ter me ajudado, por ter apostado em mim. Eu já tinha ganhado dele antes, eu sabia que eu seria favorito nesse jogo e isso é perigoso. Em Olímpiadas todo mundo joga bem. Mas eu entrei no primeiro set bem, confiante, mostrando tudo que eu posso e no segundo set eu fiquei nervoso. Não sei como explicar. Fiquei ansioso”, disse Ygor após a partida.

Ele começou a jogar no quintal de casa, aos três anos, com uma raquete adaptada e se destacou até se tornar um exemplo na área com cerca de cinco mil habitantes. Hoje, mora na Dinamarca, mas sempre que volta ao Brasil dá palestras e aulas a jovens da região.

Depois de conquistar a primeira vitória da história do Brasil no badminton nos Jogos Olímpicos, Ygor Coelho perdeu sua segunda partida por 2 sets a 0 para o japonês Kanta Tsuneyama, número 12 do mundo e com o resultado o carioca de 24 anos foi eliminado de Tóquio-2020.

Fabiana, por sua vez, é de Charitas, também no Rio, e atuava no Projeto Grael, organização social feita por velejadores olímpicos.

Ela descobriu o badminton justamente enquanto treinava vela na praia do local: por conta das condições climáticas inadequadas, seu treinador lhe apresentou o esporte e a paixão surgiu após jogar por brincadeira.

Fabiana Silva perdeu seus dois jogos, o segundo para a norte-americana Beiwen Zhang por 2 a 0 (21/9 e 21/ 10) na fase de grupos do badminton feminino e se despediu da competição. (Com informações do DCM)

Por Jornal da República em 29/07/2021
Aguarde..