Baía de Guanabara é um ferro-velho náutico que impede terminal de pesca

Terminal pesqueiro, inaugurado em Niterói há quase 10 anos, nunca funcionou pois está em área assoreada por carcaças de barcos abandonados

Baía de Guanabara é um ferro-velho náutico que impede terminal de pesca

Niterói tem cerca de 78 embarcações abandonadas apodrecendo na Baía de Guanabara (foto: reprodução TV Globo)

Movimento Baía Viva solicitou que a Polícia Federal identifique quem são os responsáveis pelo fato de o Terminal Pesqueiro Público de Niterói nunca ter funcionado. O local, inaugurado em 2013 pelo extinto Ministério da Pesca, custou cerca de R$ 10 milhões e não entrou em operação pois está em uma área da Baía de Guanabara assoreada pelo esgoto e por um cemitério de embarcações.

Os obstáculos, que impedem a navegação no entorno do terminal na Ilha da Conceição, em Ponta d´Areia, em Niterói, são compostos principalmente pelas carcaças de 78 barcos abandonados na Baía. Por causa disso o local projetado para movimentar diariamente 25 toneladas de peixes está há dez anos sem uso, prejudicando principalmente os pescadores artesanais, que teriam prioridade para ali comercializar sua produção.

O terminal tem uma infraestrutura de 7.200 m² e foi projetado para beneficiar aproximadamente 15 mil pescadores que atuam na Baía de Guanabara e em áreas do mar próximas a Niterói. “Este é um dos maiores prejuízos socioeconômicos gerados pela irresponsabilidade generalizada dos poderes públicos federal, estadual e prefeituras, que conhecem há muitos anos este enorme passivo socioambiental, o cemitério de embarcações.  Até hoje não elaboraram sequer um inventário para mapear o número de barcos abandonados e o risco ambiental que trazem para a Baía. Também não existe um plano de remoção e retirada dessas embarcações”, afirma o ecologista e cofundador do Movimento Baía Viva Sérgio Ricardo Potiguara.

Niterói quer a dragagem do canal São Lourenço

O Baía Viva também ingressou com representação junto ao Ministério Público Federal (MPF-RJ) e ao Ministério Público Estadual (MP-RJ), solicitando providências para uma solução definitiva. No mês passado, o prefeito de Niterói, Axel Grael, realizou uma reunião com representantes da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), para discutir o funcionamento do terminal pesqueiro da cidade, o que vai exigir a dragagem do canal São Lourenço, onde estão os navios abandonados.

De acordo com Grael, a operação do terminal pesqueiro vai possibilitar a geração de mais de 20 mil empregos diretos e indiretos na cidade. A Prefeitura de Niterói custeou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) com um investimento de R$ 772 mil, para criar mecanismos que levem à dragagem do canal de São Lourenço. A obra já é esperada há mais de 40 anos pelas famílias de pescadores artesanais e pelas empresas do setor.

Fonte Diário do Porto

 

Por Jornal da República em 07/12/2022

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