Banco Central eleva previsão de crescimento para 2024, em linha com estimativas do governo Lula, mas projeta desaceleração em 2025

 Banco Central eleva previsão de crescimento para 2024, em linha com estimativas do governo Lula, mas projeta desaceleração em 2025

  O Banco Central revisou para cima sua previsão de crescimento econômico em 2024, projetando uma expansão de 3,2% do PIB, conforme o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (26). A nova projeção supera a estimativa anterior de 2,3% feita em junho e se alinha às previsões do Ministério da Fazenda. No entanto, a autoridade monetária já antecipa uma desaceleração em 2025, com o PIB previsto para crescer 2% no próximo ano.

A revisão para 2024 se deve, em grande parte, à "surpresa positiva" registrada no segundo trimestre deste ano, que impulsionou o crescimento além do esperado. Entretanto, o Banco Central pondera que o ritmo de expansão econômica tende a diminuir no segundo semestre de 2024 e ao longo de 2025. Entre as razões para essa desaceleração estão a expectativa de menor estímulo fiscal, a interrupção do ciclo de flexibilização monetária iniciado em 2023, o esgotamento da capacidade ociosa dos fatores de produção e a ausência de um forte impulso externo.

Projeções setoriais: indústria e serviços em destaque

No setor industrial, o Banco Central prevê crescimento de 3,5% em 2024 e 2,4% em 2025. Já o setor de serviços, que tem desempenhado papel central na recuperação econômica, deve registrar altas de 3,2% neste ano e 1,9% no próximo. Por outro lado, a agropecuária, que foi afetada por condições climáticas adversas, deverá enfrentar uma retração de 1,6% em 2024, mas recuperar-se com alta de 2% em 2025.

Inflação e cenário fiscal desafiam metas

A inflação segue como uma preocupação central para a autoridade monetária. O Banco Central elevou suas projeções inflacionárias para 2024 e 2025, apontando para taxas de 4,3% e 3,7%, respectivamente. Esses números estão acima da meta central de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Em 2026, a expectativa é que a inflação atinja 3,3%. O aumento das projeções foi impulsionado pelo crescimento mais forte do que o esperado, a desvalorização cambial e as expectativas elevadas para os preços.

A autarquia destacou que há uma probabilidade crescente de a inflação ultrapassar o teto da meta nos próximos anos. Em 2024, a chance de estouro da meta subiu de 28% para 36%, enquanto para 2025 aumentou de 21% para 28%.

O Banco Central reforçou seu compromisso de monitorar o cenário econômico e ajustar sua política monetária conforme necessário para garantir a convergência da inflação à meta estabelecida, sem fornecer indicações claras sobre possíveis cortes ou aumentos na taxa básica de juros.

 

Fonte: Urbsmagna

Por Jornal da República em 26/09/2024
Aguarde..