Bolsonaro adota postura cautelosa em relação a Pablo Marçal em meio a tensão política

Bolsonaro adota postura cautelosa em relação a Pablo Marçal em meio a tensão política

  Nos bastidores da política nacional, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem adotado uma postura inesperadamente cautelosa em relação ao influencer e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. Apesar das recentes tensões e críticas dirigidas à família Bolsonaro, fontes indicam que o ex-mandatário orientou seus aliados a não atacar Marçal, sinalizando uma mudança estratégica em sua abordagem política.

Em conversas reservadas, Bolsonaro foi direto ao afirmar: "não temos que bater nele", um claro indicativo de que busca evitar um confronto aberto que poderia dividir ainda mais o eleitorado bolsonarista. A cautela de Bolsonaro parece ser uma tentativa de controlar os danos após uma série de desentendimentos públicos entre Marçal e membros da família Bolsonaro.

O principal ponto de atrito surgiu após declarações ofensivas de Marçal contra o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro. Durante uma sabatina na Globonews, Marçal não mediu palavras e chamou Carlos de "retardado", responsabilizando-o pela derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. A declaração gerou uma reação imediata do clã Bolsonaro e uma série de trocas de farpas nas redes sociais.

Apesar das tensões, o clima de animosidade começou a dar lugar a um momento de distensão. Na última quarta-feira (28), Carlos Bolsonaro revelou nas redes sociais que conversou diretamente com Marçal e que os dois se entenderam. "Conversei há pouco com Pablo Marçal, foi muito educado e bacana comigo. Expusemos nossos pontos e fico feliz em ter a consciência que queremos rumar nas mesmas direções quando falamos de Brasil", escreveu o vereador.

O gesto de Carlos Bolsonaro sinaliza uma tentativa de reaproximação, alinhando-se ao movimento do pai. Em um vídeo recente, Jair Bolsonaro declarou que qualquer candidato à prefeitura de São Paulo está "autorizado a subir no carro de som" durante a manifestação bolsonarista marcada para o dia 7 de setembro na Avenida Paulista. A declaração sugere uma abertura para alianças, mesmo que o apoio formal de Bolsonaro continue sendo ao atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

Essa reaproximação começou a se delinear após um embate público entre Marçal e os Bolsonaro nas redes sociais. Em uma publicação, Marçal elogiou Bolsonaro, afirmando: "'pra' cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós." A resposta de Bolsonaro, no entanto, foi curta e fria: "nós? Um abraço". A interação provocou uma onda de reações entre os apoiadores de ambos, dividindo opiniões.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal e irmão de Carlos, também se envolveu na polêmica, intensificando as discussões. No entanto, a recente mudança de tom entre Marçal e os Bolsonaro parece indicar uma tentativa de ambos os lados de evitar um confronto que poderia enfraquecer suas bases eleitorais em um momento crucial.

Com a proximidade das eleições municipais e a movimentação política já em ebulição, resta saber se essa trégua entre Marçal e a família Bolsonaro se manterá ou se novos conflitos surgirão no horizonte. O que está claro é que Jair Bolsonaro, ao orientar seus aliados a não atacar Marçal, está jogando um xadrez político complexo, buscando manter a unidade de seu eleitorado enquanto lida com desafios internos e externos.

Fonte: Brasil247

Por Jornal da República em 30/08/2024
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