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(Folhapress) — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu nesta quarta-feira (2) que a eleição à Prefeitura do Rio de Janeiro “está difícil” para o seu candidato, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL). Ele inicia uma série de agendas na cidade a fim de tentar ampliar a adesão de seus apoiadores ao ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
A equipe de Ramagem ainda não divulgou os atos de campanha. Bolsonaro afirmou a jornalistas em Angra dos Reis (RJ), onde esteve numa carreata eleitoral, que participará de um compromisso com o “nosso pessoal da polícia” ao lado do deputado do PL.
Família Bolsonaro apoia candidatura de Alexandre Ramagem (Carolina Antunes/PR)
“Está difícil. Vamos tentar fazer com que haja segundo turno. Acredito que é possível. Amanhã a gente arregaça as mangas, começa pela manhã com um ato na avenida Brasil e o nosso pessoal da polícia”, disse ele.
São Paulo
Questionado sobre qual era a expectativa em relação à disputa em São Paulo, o ex-presidente disse apenas: “Deixa para depois”.
Oficialmente, ele apoia na capital paulista o prefeito Ricardo Nunes (MDB), porém até agora não participou efetivamente da campanha do aliado, em meio à adesão de bolsonaristas ao candidato Pablo Marçal (PRTB).
Bolsonaro no Rio de Janeiro
Bolsonaro participou de atos dos candidatos às prefeituras de Paraty, tenente-coronel Rodrigues (PL), e Angra dos Reis, Renato Araújo (PL).
Além da capital, a única cidade da região metropolitana na agenda do ex-presidente é Duque de Caxias, reduto do ex-deputado federal Washington Reis (MDB), cuja família está no centro da investigação sobre a suposta fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro. Ele terá uma agenda ao lado de Netinho Reis (MDB), sobrinho do aliado, que disputa a prefeitura local.
O foco da agenda do ex-presidente é tentar levar a disputa da capital fluminense para o segundo turno — o Datafolha mais recente mostra Paes com 59% das intenções de voto, e os demais candidatos, somados, 30%. A estratégia da coordenação política de Ramagem foi concentrar a presença de Bolsonaro na reta final, a fim de tentar criar uma onda de adesão à candidatura do deputado federal.
Um dos principais focos será o voto evangélico. As pesquisas de intenção de voto mostram que Paes mantém a dianteira nesta fatia do eleitorado, geralmente associada ao bolsonarismo.
Bolsonaro e Eduardo Paes
O desembarque de Bolsonaro demonstra o empenho pessoal do ex-presidente em ampliar a força política no Rio de Janeiro, sua base eleitoral na qual venceu em 2022. Também dá corpo ao recado dado a Paes no último palanque da campanha presidencial, há dois anos.
“Ele recebeu dinheiro do governo federal, encheu os cofres da prefeitura com dinheiro nosso. Esse vagabundo mal-agradecido que fica mentindo por aí, dizendo que eu vou maltratar o trabalhador e o aposentado. Vagabundo e mentiroso. Vai ter o troco em 2024”, disse ele em sua última agenda de campanha há dois anos, em Campo Grande, na zona oeste.
Logo após o ato, Paes se manifestou nas redes sociais. Chamou o então presidente de “desqualificado e incompetente”, “rei da ‘rachadinha'”, criticou-o pelo apoio ao ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) na eleição de 2020 e o provocou sobre o pleito municipal, que agora se avizinha.
“Eu já te derrotei em 2020, e pode vir em 2024, que te derroto de novo. Se for você mesmo o candidato, depois de ter perdido a eleição, vai ser melhor ainda”, disse ele.
Dois anos depois, o prefeito prefere esvaziar a nacionalização da disputa com Bolsonaro. Diz que não se trata de um conflito direto com o ex-presidente e chega a questionar o empenho dele para apoiar Ramagem.
“Acho que não [é um confronto direto com Bolsonaro]. Senão a gente já teria muito mais presença dele aqui”, disse ele.
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