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Em uma cerimônia que pretendia ser secreta, fechada à imprensa, Bolsonaro deu posse ao novo ministro da Defesa e ao novo comandante do Exército e insinuou aos comandantes e generais de todo o país um convite para um golpe de Estado. Foi nesta sexta-feira (1). O evento marcou a saída do general Braga Netto do ministério para ser o companhneiro de chaoa de Bolsonaro nas eleições.
Disse ipsis litteris aos comandantes militares: “Vivemos um momento onde há decisões e em última análise fogem do campo político e vem pro campo militar". Para reforçar a ideia de que deseja um golpe contra as eleições e a democracia, acrescentou a seguir: "Jamais podemos nós ousar imaginar dois, três anos à frente, voltar seus olhos para o passado e se perguntar: o que eu não fiz para que chegássemos a esse ponto? Certas coisas não se conquistam para sempre".
Na véspera, ao comemorar os 58 anos do golpe militar de 1964, havia exaltado a ditadura e insultado os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), mandando-os calarem a boca. Sem a ditadura, Bolsonaro disse que o Brasil seria uma "republiqueta" e afirmou que naquele período "todos tinham direito de ir e vir, e sair do Brasil, trabalhar, constituir família, de estudar".
As declarações retomam a escalada que preparou o ato do 7 de Setembro de 2021, quando Bolsonaro ensaiou um golpe de Estado. Na véspera dos atos bolsonaristas, ex-presidentes, ex-primeiros-ministros e parlamentares de 26 países afirmaram em carta que as manifestações eram “uma insurreição” que colocavam “em risco a democracia no Brasil”. As declarações desta sexta foram no discurso de posse do novo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que até agora era comandante do Exército, e de seu sucessor, o general Marco Antônio Freire Gomes.
A cerimônia de posse foi fechada para a imprensa e ocorreu no ministério, contando com a presença de ministros e militares de altas patentes.
Apesar do caráter quase secreto do encontro, horas depois o programa “Pingo dos Is”, da bolsonarista TV Jovem Pan, obteve e divulgou trechos do discurso de Bolsonaro.
Bolsonaro repetiu seu bordão de que "os fatos dos últimos anos bem demonstram a todos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo no Brasil".
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