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Em meio aos recentes debates com figuras da direita brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou sua posição de centralidade no movimento conservador, descartando a previsão de uma direita que não gira em torno de sua liderança. Em declarações recentes, Bolsonaro criticou outras vertentes da direita, definindo-as como “utopias” e revelando que os líderes desse campo político não conseguem mobilizar as bases populares.
"Utopia" e Fragmentação da Direita
Bolsonaro destacou que “já buscou várias vezes e não conseguiu” estabelecendo uma direita sem sua influência. Sua fala visa responder à crescente adesão a alternativas dentro da direita e à vitória de nomes não alinhados às eleições municipais. Ele argumentou que políticos de direita independentes, embora populares nas redes sociais, não têm a capacidade de se conectar com o “povo” — um elemento que, segundo ele, é essencial para a popularidade e eficácia da direita brasileira.
Exemplos de figuras que romperam com Bolsonaro e enfrentaram dificuldades políticas foram Joice Hasselmann, Alexandre Frota e Janaina Paschoal. Esses políticos se afastaram de Bolsonaro e perderam relevância no cenário político, uma situação que, para ele, reforça a centralidade de seu papel no movimento conservador.
Derrotas em Goiânia e Rivalidade com Ronaldo Caiado
Uma das principais disputas ocorreu em Goiânia, onde o candidato apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) saiu vitorioso contra o indicado do PL. No dia seguinte, Caiado provocou Bolsonaro, alegando que ele, diferente do ex-presidente, “sabe ganhar eleição”. Bolsonaro rebateu, acusando Caiado de se tornar um “inimigo” caso suas expectativas não sejam atendidas.
Hostilidades com Pablo Marçal e Recado de Ricardo Nunes
Outro confronto ocorreu com Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo. Marçal não agrediu o apoio bolsonarista e manteve uma relação volátil com o ex-presidente, alternando entre momentos de aliança e desentendimento. Na capital paulista, a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) marcou outro distanciamento: em seu discurso de vitória, Nunes chamou Bolsonaro apenas uma vez, enfatizando em vez disso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como possível figura de futuro para a direita. Bolsonaro declarou que conversou com Tarcísio, reforçando que ele ainda considera ser o nome da direita para o Planalto em 2026.
PEC da Anistia e Hugo Motta
Enquanto persistem as divergências na direita, Bolsonaro comentou sobre a PEC da Anistia, que visa conceder anistia aos presos do 8 de janeiro, mas afirmou que seu apoio ao deputado Hugo Motta (PB) não está diretamente vinculado ao projeto. Ele defendeu que acordos políticos se baseiam na confiança e negou que a PEC seja uma estratégia de sua candidatura em 2026. Segundo apuração do UOL, Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estão inclinados a apoiar Motta e devem debater o tema em reunião partidária.
Uma Direita Dividida
Os conflitos expostos ilustram uma direita fragmentada em que, embora Bolsonaro mantenha o apoio de sua base, líderes regionais começam a se fortalecer por vias independentes. Com alianças voláteis e o crescente interesse de líderes como Tarcísio de Freitas, a disputa pela representatividade da direita em 2026 promove novos capítulos e desafios de coesão interna.
Fonte: Uol
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