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Em meio a um clima de tensão institucional crescente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível até 2030 e réu no Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu nesta quarta-feira (9) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em Brasília. O objetivo do encontro foi discutir e pressionar pela tramitação do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Segundo o próprio Bolsonaro, a reunião serviu para entender os obstáculos que travam o avanço da proposta dentro da Casa Legislativa, especialmente no que se refere à possibilidade de levá-la diretamente ao plenário. O Partido Liberal (PL), legenda comandada pelo ex-presidente, já conseguiu reunir 246 assinaturas de apoio entre os deputados — faltam apenas 11 para alcançar as 257 necessárias para que o projeto seja pautado sem necessidade de análise prévia pelas comissões.
No entanto, Hugo Motta demonstrou cautela e sinalizou que, ao invés de levar o texto diretamente à votação, pode optar por encaminhá-lo a uma comissão especial. A estratégia evitaria um embate imediato no plenário, ao mesmo tempo em que abre espaço para negociações mais amplas com o Judiciário e o Executivo.
Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro criticou a resistência do presidente da Câmara em pautar o projeto, atribuindo-a a pressões externas. “Ele leva pressão do ministro lá do Supremo, que não deveria acontecer. Tem pressão por parte do Executivo”, disse o ex-mandatário, sugerindo interferência indevida sobre o Legislativo.
A mobilização de Bolsonaro ocorre na esteira da manifestação realizada na Avenida Paulista no último domingo (6), que reuniu aproximadamente 44,9 mil pessoas, segundo dados do Monitor do Debate Político do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). O ato contou com a presença de sete governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (SP) e Romeu Zema (MG), que têm buscado fortalecer sua conexão com a base bolsonarista.
A tentativa de impulsionar a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro insere-se em um esforço coordenado do ex-presidente e seus aliados para manter mobilizada a base política conservadora e, ao mesmo tempo, desafiar os desdobramentos judiciais decorrentes dos ataques às instituições democráticas.
Fonte: Urbsmagna
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