Bolsonaro recua sobre impeachment de Moraes

Bolsonaro recua sobre impeachment de Moraes

Nesta quarta-feira (4), em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “humilhante” a possibilidade de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem mencionar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro pediu que ele "abaixe a guarda" e retire o que chamou de "coração de maldade". A declaração ocorre em meio a tensões crescentes entre bolsonaristas e o ministro, que tem sido alvo de críticas e manifestações por parte desse grupo político.

Bolsonaro defendeu que a remoção de um ministro do STF, como foi sugerido por apoiadores nos últimos meses, não é uma solução desejável. “Cassar um ministro não é bom”, afirmou, destacando que “é humilhante falar em impeachment”. Segundo ele, é importante que haja diálogo e que "Deus toque o coração dos 11 ministros" para que busquem alternativas aos conflitos que têm abalado as relações entre os poderes.

O ministro Alexandre de Moraes, que comanda processos cruciais envolvendo líderes bolsonaristas, ganhou destaque ao determinar recentemente o bloqueio temporário da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, após a plataforma não cumprir ordens judiciais. A decisão inflou ainda mais as críticas de apoiadores de Bolsonaro, que veem Moraes como um opositor feroz da direita política.

Bolsonaro, que liderará os atos de 7 de Setembro na Avenida Paulista, ressaltou que a deposição de Moraes ganhou força entre seus apoiadores, mas ponderou sobre os riscos dessa escalada de ataques. Fontes próximas ao ex-presidente têm alertado sobre os perigos de continuar os embates diretos contra o magistrado, especialmente diante das recentes declarações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que elogiou o papel de Moraes na defesa da democracia.

Apesar da pressão de setores mais radicais, o movimento pela deposição de Moraes parece ter perdido fôlego, com o impeachment sendo considerado cada vez menos provável. O ato de 7 de Setembro poderá dar novos rumos à estratégia de Bolsonaro, que tenta equilibrar a retórica agressiva com a busca por apoio político para futuros projetos.

Fonte: G1

Por Jornal da República em 06/09/2024
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