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Em entrevista à GloboNews na última sexta-feira (1), Marcelo de Araujo Noronha, presidente do Bradesco, destacou o momento positivo para o mercado de trabalho e o crescimento de renda no Brasil. Segundo Noronha, o país atravessa um "momento muito especial" que, apesar de refletir um ambiente econômico dinâmico, apresenta desafios para a política monetária, em particular devido ao câmbio elevado e à inflação projetada entre 4,4% e 4,5% até o final do ano.
Noronha mencionou o câmbio como um dos principais fatores de pressão sobre os preços. "O câmbio é um detrator potencial para a inflação no Brasil. Andou muito. A gente está vendendo isso aqui e isso está batendo na inflação", explicou. Essa valorização do dólar frente ao real, segundo ele, vem impactando diretamente os preços, colocando mais pressão sobre a inflação e dificultando o cenário para a atuação do Banco Central, responsável por definir a política monetária.
Outro ponto que reforça o “momento especial” é a recuperação do emprego. A taxa de desemprego caiu de 6,7% para 6,4%, diminuindo o aquecimento do mercado de trabalho. Esse quadro é acompanhado pelo crescimento da renda real dos trabalhadores brasileiros, que, segundo Noronha, deve superar 6% em 2024. “É um ganho extraordinário para o trabalhador brasileiro”, declarou, acrescentando que a combinação de pleno emprego e crescimento da renda desafia a política monetária, que “tem um efeito e uma capacidade, mas ela tem um limite”.
Noronha demonstrou otimismo em relação às políticas econômicas do governo federal, com medidas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que visam estabilizar o câmbio e, consequentemente, conter a inflação. “Eu espero que controle esse câmbio, de modo a que as pessoas mantenham um pouco a inflação e a perspectiva da taxa de juros”, concluiu.
Desafios para a Política Monetária
O cenário descrito por Noronha revela um cenário de quase pleno emprego e de aumento da renda, o que é positivo para o poder de compra das famílias. No entanto, a economista alerta para o desafio que esse cenário impõe ao Banco Central, que busca equilibrar a inflação sem sufocar o crescimento econômico.
Em um contexto de elevação do dólar, manter o controle sobre a inflação exige atenção redobrada por parte das autoridades monetárias. Noronha acredita que o crescimento do mercado interno e as políticas de estabilidade cambial do governo podem contribuir para o controle dos preços, mas pondera que o Banco Central precisará continuar acompanhando atentamente o câmbio e a inflação, ajustando a taxa de juros conforme necessário para manter a economia sob controle.
Com uma conjuntura marcada por ganhos de renda e quedas no desemprego, o Brasil avança em direção a uma fase de crescimento econômico, ainda que com desafios inflacionários. A gestão monetária e a estabilidade cambial seguem como fatores essenciais para sustentar esse ciclo positivo e manter o poder de compra das famílias, garantindo que o "momento especial" descrito por Marcelo Noronha possa perdurar nos próximos anos.
Fonte: Brasil247
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