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DA REDAÇÃO - O Brasil teve um índio assassinado a cada dois dias entre 2009 e 2019, segundo o Atlas da Violência, divulgado na manhã desta terça-feira (31). O documento mostra que houve 2.074 homicídios de pessoas indígenas nesses onze anos.
De modo geral, o país teve um incremento na violência letal contra os indígenas na última década. Enquanto a taxa brasileira de homicídios diminuiu, a indígena aumentou. A taxa para os indígenas passou de 15 assassinatos para um grupo de 100 mil pessoas, em 2009, para 24,9 para 100 mil, em 2017. Mesmo com uma queda nos anos seguintes, manteve-se em 18,3 para 100 mil, em 2019.
Salta aos olhos que, na série histórica, a taxa de homicídio indígena vem aumentando e acabou se aproximando gradualmente da taxa brasileira — afirma Frederico Barbosa, pesquisador do Ipea. — Para etnias muito pequenas, qualquer tipo de perda de pessoas gera risco da extinção daquela cultura como um todo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha 305 povos indígenas em 2010. Desse total, 70 se encontravam em situação de extrema fragilidade em termos demográficos, possuindo uma população inferior a 100 habitantes. Naquele ano, os indígenas representavam 0,4% da população nacional. São considerados indígenas aqueles que se autodeclaram como tal e são reconhecidos na sua identidade pela comunidade de origem.
O Atlas da Violência é elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Pela primeira vez, o estudo trouxe informações sobre indígenas e pessoas com deficiência. (Do jornal O Globo, foto Roque de Sá/Agência Senado)
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