Calor, caos e descaso: como a Enel deixa os moradores do Rio na mão.

Calor, caos e descaso: como a Enel deixa os moradores do Rio na mão.

Pela segunda vez uso minha coluna pra falar da “querida” ENEL, desta vez por sentir na pele e no bolso o descaso desta companhia com seus clientes. Quase 48 h sem energia.

 Como sobreviver com temperatura que ultrapassa os 40°C e sensação térmica de mais de 50°C. perda de produtos que necessitam de refrigeração , falta de água, de ar-condicionado e de ventiladores, que dependem da energia elétrica para funcionar.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel foi a campeã de reclamações entre as distribuidoras do país em 2023, com mais de 1,2 milhão de queixas registradas. A maioria delas se refere a interrupções no fornecimento, demora no restabelecimento, cobranças indevidas e má qualidade do serviço. A empresa também lidera o ranking de multas aplicadas pela Aneel, somando mais de R$ 200 milhões em penalidades.

Os problemas da Enel não são novos, mas se agravaram com a onda de calor que atinge o estado desde setembro. Nos últimos dois meses, foram registrados mais de 20 mil casos de falta de energia, afetando cerca de 2 milhões de clientes. Em alguns locais, os moradores ficaram mais de 48 horas sem luz. Aqui em casa em poucas horas chego lá.

Enquanto isso, a Enel se limita a pedir desculpas aos clientes e alegar que os cortes de energia são causados por fatores externos, como o aumento do consumo, as chuvas, os ventos e os atos de vandalismo. A empresa diz que está investindo na melhoria da rede e na ampliação da capacidade de geração, mas não apresenta um plano concreto para resolver os problemas e evitar novos apagões.

A Enel parece ignorar que a energia elétrica é um serviço essencial e um direito dos consumidores, que pagam uma das tarifas mais caras do país. A empresa também parece esquecer que a falta de energia traz prejuízos econômicos, sociais e ambientais, além de colocar em risco a saúde e a segurança das pessoas.

Curiosamente esta empresa que se diz privada, tem maioria de seu capital pertencente ao governo Italiano (cerca de 25%). Com certeza na Itália eles não tratam seus clientes dessa forma, até porque lá tem concorrência e a fiscalização é rigorosa. Aqui só lucros e mais lucros. Até quando continuaremos a ser colônia dos Europeus?

É inadmissível que, em pleno século XXI, os cariocas e Fluminenses tenham que conviver com a incerteza de ter ou não energia em suas casas e em seus locais de trabalho. É inaceitável que a Enel continue a operar com tanta ineficiência e impunidade, sem respeitar os direitos dos consumidores e as normas da Aneel. É urgente que o poder público intervenha na situação e cobre da empresa soluções imediatas e definitivas para garantir o fornecimento de energia de qualidade e com regularidade.

O Rio de Janeiro não merece esse calor, esse caos e esse descaso.

Até a próxima coluna, se sobreviver até lá.

Filinto Branco

 

Por Jornal da República em 20/11/2023
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