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Uma história de amor, que fala abertamente de aceitação, acolhimento, visibilidade e distorção de valores. Sim, precisamos falar sobre isso. E a peça "Cama de gato", escrita por Max Mendes e dirigida por Márcio Vieira, aborda justamente esses temas inquietantes, que incomodam, ainda, muita gente, mas que também possibilitam a abertura de espaço para um debate mais amplo sobre transfobia.
O espetáculo esteve em cartaz em 2017, no Rio de Janeiro, em duas temporadas, na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana e no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, com apresentações exitosas e que chamaram a atenção do público pela ousadia do texto, à época, e o primor do texto afiado e a produção minuciosa em detalhes. Agora, apoiado no Fomento de Cultura Carioca (FOCA 2022), fará uma breve circulação, com apresentações gratuitas, por bairros da cidade.
O título da peça faz uma alusão a uma brincadeira feita com barbantes que dá-se o nome de cama de gato. A trama envolve três amigos, garotos de programa, que moram num condomínio em Copacabana. Com a chegada de uma misteriosa trans, hostilidade e discriminação se tornam evidentes, mesmo sendo eles gays, revelando a vulnerabilidade de pessoas transexuais e travestis dentro da comunidade LGBTQIAPN+.
“O machismo é pesado. É ele que pesa na nossa sociedade patriarcal. Mostrar a um público diverso que a ‘cultura do macho’ também está presente na comunidade LGBTQIAPN+ escancara o quanto esse horror a tudo que se aproxima do feminino é nocivo. Quando um gay que conserva padrões heteronormativos demonstra repulsa a um gay afeminado, o machismo é a raiz dessa ambiguidade. Quando pessoas trans são discriminadas dentro da comunidade que deveria abraçá-las, o machismo está presente. E o machismo é um mal que deve ser discutido, refletido e calado por todes. Se toda população abrir os olhos para os padrões patriarcais que estão impregnados na nossa maneira de pensar, agir e viver, construiremos uma sociedade igualitária, na qual ‘o macho’ não será mais o centro de tudo. A diferença será respeitada, inclusive entre seus iguais”, pontua Max.
Para o diretor Márcio Vieira, trazer esse assunto à tona é fundamental.
“A principal proposta, acredito eu, dos produtores, do autor, minha e do elenco, seria desmistificar através da arte esse conceito tão negativo, às vezes, marginalizado de um tema ainda pouco falado e, até mesmo, entendido por muitos”.
Foto: Divulgação do espetáculo.
Quem interpreta a trans Lois Lane é a atriz Ava Simões, Miss Trans Star Internacional 2019, Miss Brasil Gay 2009 e cirurgiã dentista, que já fez participações em programas de TV, como “Amor e sexo” e da novela “Toma lá, dá cá”, da Rede Globo de Televisão. No Cinema, participou do curta-metragem “Meu preço”, de Fabrício Santiago, dirigido por Hsu Chien. Sua história já foi contada no documentário “Minha Vida – Ava Simões”, dirigido por Marcone Felix.
“Estou honrada em emprestar meu corpo para essa grande mulher. Está sendo um desafio iniciar minha carreira no teatro falando de amor e das dores de uma mulher trans apaixonada. Em muitos momentos, dói ouvir o que a personagem escuta do seu amado e do mundo à sua volta. Eu escolho ser tão forte como Lois Lane é”, conta.
O espetáculo será apresentado em quatro arenas cariocas por bairros do subúrbio do Rio.
“O caminho comum das produções teatrais no Rio de Janeiro é começar pela Zona Sul/Centro da cidade e depois fazer um pouco de “democratização de acesso” nas demais regiões. Nós também começamos assim. Em 2017, foi esse o nosso percurso. Mas entendemos que a sociedade é a cultura. Portanto, estão juntos em todos os lugares. Por isso a decisão de circular com o espetáculo CAMA DE GATO por todo o Rio de Janeiro. E claro, democratizar e popularizar cada vez mais a cultura e a arte”, ressalta Max.
Serviço:
Texto: Max Mendes
Direção: Marcio Vieira
Produção executiva: Cleber Silva
Elenco: Ava Simões, Gabriel Chadan, Hugo Ferreira, Adan Lee, Phill, Henrique Fraga, Daniel Martins e Wallace de Castro
Figurino: Gebran Smera
Música original “abertura”: Cacá Werneck
Sonoplastia: Gabriel Chadan
Assistente de direção de movimento: Anderson Peter
Iluminação: Welton de Abreu
Cenário: Criação Coletiva
Design gráfico: Gabi Ferreira
Fotos: Anderson Rangel
Assessoria de Imprensa: Dia Comunicação
Realização: Marias Produções Artísticas
Apresentações:
Dia 14/4, às 19:00 - Arena Carioca Jovelina Pérola Negra - Praça Ênio, s/n - Pavuna
Dia 19/4, às 19:30 - Areninha Carioca Gilberto Gil - Av. Marechal Fontenele, 5000 - Realengo
Dia 21/4, às 17:30 e às 19:30- Arena Carioca Fernando Torres - R. Bernardino de Andrade, 200 -Parque Madureira
Dia 09/5, às 20:00 - Areninha Carioca Renato Russo - Parque Poeta Manuel Bandeira, SN - Aterro do Cocotá - Ilha do Governador
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