Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
Na reta final das eleições municipais de 2024, três nomes fortemente associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentam dificuldades nas pesquisas de intenção de voto, sinalizando uma queda na popularidade dos apadrinhados do ex-mandatário. Alexandre Ramagem, Marcelo Queiroga e Gilson Machado, todos ex-integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro, estão longe de alcançar o segundo turno em suas respectivas cidades.
Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e aposta do PL para a Prefeitura do Rio de Janeiro, tem a segunda colocação garantida, mas com apenas 17% das intenções de voto, muito atrás do atual prefeito Eduardo Paes (PSD), que lidera com 59%, segundo a última pesquisa Datafolha. Mesmo com a presença de Bolsonaro em eventos de sua campanha, Ramagem não conseguiu mobilizar o eleitorado de forma significativa.
Em João Pessoa, o cenário também é desafiador para Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde. De acordo com pesquisa Quaest de 17 de setembro, Queiroga aparece com 11% das intenções de voto, sem chances de avançar para o segundo turno. Da mesma forma, em Recife, o ex-ministro do Turismo e sanfoneiro das lives de Bolsonaro, Gilson Machado, pontua apenas 9%, conforme o último levantamento Datafolha, ficando distante de seus concorrentes.
Essa baixa competitividade dos candidatos bolsonaristas nas capitais expõe a dificuldade de replicar o sucesso eleitoral que o grupo alcançou em 2022, quando figuras como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Damares Alves, Marcos Pontes e Hamilton Mourão garantiram vitórias expressivas no Senado e em governos estaduais. A ausência de Bolsonaro na presidência e fora da disputa por cargos este ano enfraqueceu o capital político de seus aliados.
Especialistas como Leandro Consentino, cientista político e professor do Insper, atribuem essa queda de desempenho ao fato de Bolsonaro não estar mais no poder. "Quando você deixa de exercer um cargo de relevância, o efeito de apadrinhar candidatos diminui substancialmente", explica Consentino. A falta de uma agenda eleitoral coesa e a fragmentação do bolsonarismo são outros fatores que contribuem para o desempenho fraco desses candidatos, que agora enfrentam uma nova realidade política e um eleitorado mais disperso.
Fonte: Uol
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!