“Casa da mãe Joana”, diz relator do auxílio sobre cancelamento de anúncio

“Casa da mãe Joana”, diz relator do auxílio sobre cancelamento de anúncio

O relator da MP (medida provisória) do Auxílio Brasil, Marcelo Aro (PP-MG), disse nesta 3ª feira (19) que o movimento do governo de marcar e cancelar evento de anúncio do programa foi “feio”. Ele se referiu à indefinição de valores a serem pagos pelo benefício social em discussão.

“Quem faz mal feito faz duas vezes. Virou a casa da mãe Joana. Foi falado um valor. Aí ‘de onde vai tirar o dinheiro?’ ‘não sei, se virem’. Aí cria o temporário. Aí organiza evento para o anúncio. Eu não sei o que aconteceu, eu não estava lá. Mas alguém deve ter falado ‘mas está tudo certinho?

Tem orçamento? Como é que vai fazer?’ até que chegaram à conclusão ‘não dá para anunciar’”, declarou Marcelo Aro.

“Minha opinião é que ficou feio para o governo. Marcou o evento, cancelou o evento. Eu acredito que o próprio governo agora é que tem que nos dar respostas”, disse o deputado.

“Acho que há um erro do governo de mudar uma política que poderia ser uma política estruturante de Estado para uma política eleitoreira”, afirmou Marcelo Aro. “Tenho trabalhado contra isso [essa transformação]”, disse.

O deputado Marcelo Aro (PP-MG) ainda afirmou que recusa incluir um auxílio temporário dentro do programa Auxílio Brasil, sucedâneo do Bolsa Família.

“Tive a notícia desse auxílio temporário que, na minha opinião, não é o caminho. Nós precisamos de uma política estruturante, de estado. Eu não acredito que benefícios temporários sejam a solução para essa camada mais vulnerável, mais necessitada do país. A gente quer sim um volume mais vultoso, que o beneficiário receba mais. Mas de maneira estruturante.”

O Auxílio Brasil tem sido objeto de disputa entre as alas econômica e política do governo. Os políticos queriam valor acima de R$ 400 (chegaram a ventilar a cifra de R$ 600). A equipe econômica tenta evitar um aumento dessa monta devido ao impacto fiscal da medida.

O governo marcara o anúncio para 17h desta 3ª feira. Quando foi cancelado, os ministros João Roma (Cidadania) e Ciro Nogueira (Casa Civil) estavam discutindo o assunto com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A expectativa era de que o benefício de R$ 400 em 2022 fosse oficializado. “Não há valores definidos ainda. […] Esses números não estão validados”, disse Roma. Ele negou, porém, que o governo estivesse desistindo desse número. “Estamos fechando o texto, faltam detalhes”, declarou.

A expectativa era de que o benefício de R$ 400 em 2022 fosse oficializado. “Não há valores definidos ainda. […] Esses números não estão validados”, disse Roma. Ele negou, porém, que o governo estivesse desistindo desse número. “Estamos fechando o texto, faltam detalhes”, declarou.

A MP do Auxílio Brasil é a 1.061 de 2021. Medidas provisórias são editadas pelo governo federal e têm força de lei do momento de sua publicação por até 120 dias. Para continuarem vigorando, precisam de aprovação do Congresso nesse prazo. A MP do auxílio expira em 7 de dezembro.

O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) procura uma marca social para bater de frente com a força de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área. Lula é identificado com o Bolsa Família.

As pesquisas de intenção de voto mostram o petista bem à frente do atual presidente da República para a disputa de 2022. (Do Poder360, Foto: Reprodução de TV)

Por Jornal da República em 20/10/2021
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