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Estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (Ineep) apontam lucro líquido da Petrobras de R$ 42,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Os cálculos indicam salto de 3.237% na comparação com o mesmo período de 2021 (R$ 1,3 bilhão). Assim, em apenas três meses, a Petrobras pode ter alcançado quase 40% do lucro recorde de R$ 106,6 bilhões registrado em todo o ano passado. Com isso, os dividendos pagos aos acionistas da estatal devem chegar a R$ 27,6 bilhões, alta de 48% em relação ao primeiro trimestre de 2021. A Petrobras irá divulgar seus resultados nesta quinta-feira (5).
Os especialistas do Ineep apontam a elevação dos preços dos combustíveis no mercado interno como o principal fator que impulsionou os lucros da estatal. O preço médio do barril de derivados saiu de R$ 347,00, no primeiro trimestre de 2021, para R$ 545,00 neste ano, alta de 57%. Já o volume de combustíveis vendidos no Brasil aumentou apenas 2%.
“A receita de vendas estimada, pelo Ineep, para o primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 150,5 bilhões e deve ser significativamente maior, tanto em comparação com o quarto trimestre de 2021 (crescimento de 15%) quanto na relação com o primeiro trimestre do mesmo ano (expansão de 75%). Esse possível resultado positivo deverá ser puxado, principalmente, pelo volume de vendas para o mercado interno (valor estimado em R$ 110,8 bilhões)”, diz o Ineep.
PPI
Desde o final de 2016, a Petrobras vem adotando a Política de Preços de Paridade (PPI). Assim, a estatal reajusta os preços dos combustíveis no país de acordo com a variação do preço do petróleo no mercado internacional, que é estipulado em dólar.
Assim, nas refinarias, o preço do litro da gasolina registrou alta de 54% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Já o do diesel avançou 58%. Como resultado, a margem de lucro da empresa nesse período deve ficar em 28,3%, crescimento de 1.811% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Ou seja, conclui o Ineep, é o consumidor final que sofre com a alta dos combustíveis que está financiando os lucros bilionários a serem entregues aos acionistas. Destes, 44,2% são estrangeiros.
Exportação, importação e refino
O instituto também estima que a produção de derivados pela Petrobras caiu 5,2%, em relação ao ano passado. A queda é consequência da privatização da antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual Refinaria Mataripe, na Bahia. Para compensar essas perdas, houve aumento de 7,5% na importação de derivados pela estatal. Por outro lado, a Petrobras também passou a vender “expressivo” volume de petróleo cru para o mercado interno.
As vendas de petróleo e derivados para o mercado externo também deverão ter um “peso importante” nos resultados da Petrobras, segundo o Ineep. Mas isso decorre da elevação dos preços internacionais, e não do aumento das exportações, que cresceram apenas 3% em volume. (Da RBA)
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